Praia de São Julião a 30 de Novembro de 2008:
Alta de Lisboa a 28 de Dezembro de 2008:
domingo, 28 de dezembro de 2008
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Sinais de crise: a indústria automóvel norte americana
General Motors à beira do colapso
Fotografia de Rebecca Cook/Reuters
Notícia do jornal Público
A sede mundial do gigante automóvel General Motors em Detroit, no estado do Michigan, nos EUA. Os líderes máximos da GM, Ford e Chrysler transmitiram ontem ao Congresso um cenário negro da indústria, cujas grandes marcas se encontram à beira da falência caso não recebam ajudas do Estado. Os líderes destes três grandes fabricantes mundiais pediram apoios que envolvem 25 mil milhões de dólares (19,8 mil milhões de euros), valor idêntico ao primeiro programa aprovado em Setembro, apesar da oposição política à criação de um novo programa de salvamento da indústria automóvel.
E que tal produzirem carros mais ecológicos que não consumam qualquer coisa como 10 ou 20 litros por cada 100 km?
Em alternativa há que apostar nos veículos eléctricos...
Fotografia de Rebecca Cook/Reuters
Notícia do jornal Público
A sede mundial do gigante automóvel General Motors em Detroit, no estado do Michigan, nos EUA. Os líderes máximos da GM, Ford e Chrysler transmitiram ontem ao Congresso um cenário negro da indústria, cujas grandes marcas se encontram à beira da falência caso não recebam ajudas do Estado. Os líderes destes três grandes fabricantes mundiais pediram apoios que envolvem 25 mil milhões de dólares (19,8 mil milhões de euros), valor idêntico ao primeiro programa aprovado em Setembro, apesar da oposição política à criação de um novo programa de salvamento da indústria automóvel.
E que tal produzirem carros mais ecológicos que não consumam qualquer coisa como 10 ou 20 litros por cada 100 km?
Em alternativa há que apostar nos veículos eléctricos...
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Para reflectir no futuro imediato
Obama Will Need Energy Realism, Not More Economic Alchemy
Submitted by Julian Darley on November 5, 2008 - 12:32pm.
America and the world wakes this morning to a landscape of new possibilities. We also wake up to a daunting list of problems, most of which are now well known. Yet still there is one problem that was never mentioned by either presidential candidate, no doubt for their own good reasons. The problem is one that has been waiting in the wings since 1859. Or 1846 if you live in Russia.These are the dates of the first oil wells in the world, and they mark the beginning of our dependence on oil, a dependence which is now being forced into reverse.
Peak oil and decline has to become a dominant factor in political and business planning because otherwise, the wrong remedies are going to be applied to the wrong causal diagnosis. The world headlines this morning helpfully remind Obama and his new team that they face some severe economic woes. I am sure they are very grateful for that information.
What they need to hear about are the underlying reasons for the financial meltdown, the credit crisis and ensuing economic contraction. Jeff Rubin, of CIBC, makes the case strongly in a recent report, that high oil prices - caused by supply constraints not meeting demand - are the real cause of the economic crash.
The chart shows that all but one of the last five recessions have followed sharp rises in oil prices.Obama's new economic advisers will surely also be looking at such graphs, but will they notice how dramatically different the 21st century price rise curve is, and will they ask why? Unless they do, it seems likely that we see economic alchemy being practiced rather than economic realism. In the past that has lead to exuberance and temporary consumer happiness. This time will be different.
Let us hope that Obama's cabinet will be able to swim through the sea of position papers now deluging them and see that we are now entering a new age of global energy and economic contraction. If they do see this, they may also see that this is the key which opens the door to a new age of local resilience and regional reliance, an age of relocalization.
Fonte:http://postcarbon.org/obama_will_need_energy_realism_not_more_economic_alchemy
Submitted by Julian Darley on November 5, 2008 - 12:32pm.
America and the world wakes this morning to a landscape of new possibilities. We also wake up to a daunting list of problems, most of which are now well known. Yet still there is one problem that was never mentioned by either presidential candidate, no doubt for their own good reasons. The problem is one that has been waiting in the wings since 1859. Or 1846 if you live in Russia.These are the dates of the first oil wells in the world, and they mark the beginning of our dependence on oil, a dependence which is now being forced into reverse.
Peak oil and decline has to become a dominant factor in political and business planning because otherwise, the wrong remedies are going to be applied to the wrong causal diagnosis. The world headlines this morning helpfully remind Obama and his new team that they face some severe economic woes. I am sure they are very grateful for that information.
What they need to hear about are the underlying reasons for the financial meltdown, the credit crisis and ensuing economic contraction. Jeff Rubin, of CIBC, makes the case strongly in a recent report, that high oil prices - caused by supply constraints not meeting demand - are the real cause of the economic crash.
The chart shows that all but one of the last five recessions have followed sharp rises in oil prices.Obama's new economic advisers will surely also be looking at such graphs, but will they notice how dramatically different the 21st century price rise curve is, and will they ask why? Unless they do, it seems likely that we see economic alchemy being practiced rather than economic realism. In the past that has lead to exuberance and temporary consumer happiness. This time will be different.
Let us hope that Obama's cabinet will be able to swim through the sea of position papers now deluging them and see that we are now entering a new age of global energy and economic contraction. If they do see this, they may also see that this is the key which opens the door to a new age of local resilience and regional reliance, an age of relocalization.
Fonte:http://postcarbon.org/obama_will_need_energy_realism_not_more_economic_alchemy
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Semana Outonal
Depois do tempo quente eis que chega o Inverno!
Chega de repente, com ar polar e neve nas terras altas.
Um anticiclone fortíssimo vai "empurrar" o ar polar (relativamente húmido e frio) até às nossas latitudes. Assim se inaugura a época do frio:
Por oposição aqui fica o aspecto do céu em Lisboa no último domingo de Verão (fora de época):
Chega de repente, com ar polar e neve nas terras altas.
Um anticiclone fortíssimo vai "empurrar" o ar polar (relativamente húmido e frio) até às nossas latitudes. Assim se inaugura a época do frio:
Por oposição aqui fica o aspecto do céu em Lisboa no último domingo de Verão (fora de época):
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Outono seco
Mais um Outubro muito seco, com chuvas esporádicas e em regime concentrado. Esta tendência parece marcar a viragem do nosso clima para a aridez.
Os meses tradicionalmente mais frios estão a ser cada vez mais amenos. Por sua vez, nos meses de Verão, regista-se em Portugal continental um forte gradiente térmico entre o litoral e o interior.
Os meses tradicionalmente mais frios estão a ser cada vez mais amenos. Por sua vez, nos meses de Verão, regista-se em Portugal continental um forte gradiente térmico entre o litoral e o interior.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
A crise está aí
Medida inesperada de vários bancos mundiais
Bancos centrais cortam taxas de juro em meio ponto percentual em acção concertada
08.10.2008 - 12h15
Por PÚBLICO
Ralph Orlowski/Reuters (arquivo)
O BCE participou nesta acção completamente inesperada, na tentativa de acalmar os mercados financeiro
O Banco Central Europeu, a Reserva Federal norte-americana e o Banco de Inglaterra cortaram hoje em meio ponto percentual as suas principais taxas de juro de referência, numa acção conjunta que pretende acalmar os mercados financeiros internacionais.
Na Europa, o Banco Central Europeu cortou a taxa de referência para 3,75 por cento, nos EUA a Reserva Federal baixou o preço do dinheiro para 1,75 por cento e no Reino Unido a taxa caiu para 4,5 por cento.
Outros bancos centrais juntaram os esforços para restabelecer a confiança nos mercados financeiros e tentar limitar o abrandamento económico das principais economias mundiais. O banco da Suécia baixou a sua principal taxa para 4,25 por cento, igualmente um corte de meio ponto percentual.
A China, a Suíça e o Canadá acompanharam este movimento de diminuição das taxas de juro a nível global, tendo o Banco do Japão demonstrado grande satisfação por esta acção concertada.
“Os indicadores económicos sugerem que o ritmo da actividade económica enfraqueceu acentuadamente nos meses recentes”, explica a Reserva Federal, num seu comunicado divulgado hoje.
“Além disso”, prossegue o mesmo comunicado, “a intensificação da turbulência dos mercados financeiros é provável que limite a expansão da procura, em parte através da redução das famílias e das empresas em obter crédito” junto da banca. Daqui se conclui, que os bancos centrais deixaram de identificar tensões inflacionistas que ponham em causa os seus objectivos de contenção da inflação.
Bancos centrais cortam taxas de juro em meio ponto percentual em acção concertada
08.10.2008 - 12h15
Por PÚBLICO
Ralph Orlowski/Reuters (arquivo)
O BCE participou nesta acção completamente inesperada, na tentativa de acalmar os mercados financeiro
O Banco Central Europeu, a Reserva Federal norte-americana e o Banco de Inglaterra cortaram hoje em meio ponto percentual as suas principais taxas de juro de referência, numa acção conjunta que pretende acalmar os mercados financeiros internacionais.
Na Europa, o Banco Central Europeu cortou a taxa de referência para 3,75 por cento, nos EUA a Reserva Federal baixou o preço do dinheiro para 1,75 por cento e no Reino Unido a taxa caiu para 4,5 por cento.
Outros bancos centrais juntaram os esforços para restabelecer a confiança nos mercados financeiros e tentar limitar o abrandamento económico das principais economias mundiais. O banco da Suécia baixou a sua principal taxa para 4,25 por cento, igualmente um corte de meio ponto percentual.
A China, a Suíça e o Canadá acompanharam este movimento de diminuição das taxas de juro a nível global, tendo o Banco do Japão demonstrado grande satisfação por esta acção concertada.
“Os indicadores económicos sugerem que o ritmo da actividade económica enfraqueceu acentuadamente nos meses recentes”, explica a Reserva Federal, num seu comunicado divulgado hoje.
“Além disso”, prossegue o mesmo comunicado, “a intensificação da turbulência dos mercados financeiros é provável que limite a expansão da procura, em parte através da redução das famílias e das empresas em obter crédito” junto da banca. Daqui se conclui, que os bancos centrais deixaram de identificar tensões inflacionistas que ponham em causa os seus objectivos de contenção da inflação.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
"Peak oil" em imagens
Este é um filme muito bem concebido e resume aquilo que é um dos maiores desafios da humanidade para a primeira metade do século XXI:
Apocalipse financeiro mundial
Terá a política de guerra militar contribuído para esta terrível situação?
Caindo os Estados Unidos o resto do mundo irá atrás numa espiral sem fim à vista.
A era Bush ficará na história como uma mancha negra para a economia e vermelha de sangue para o elevado número de mortes causadas pelas guerras sem fim.
É urgente uma nova política mundial, porque a fome, a miséria e a destruição alastram a um ritmo infernal.
É possível recrear um novo mundo?
domingo, 21 de setembro de 2008
A transição entre o Verão e o Outono
Durante este Verão (que amanhã termina) a crista do Anticiclone dos Açores raramente esteve de "boa saúde". Resultado: o litoral oeste de Portugal Continental foi quase diariamente varrido pelo forte vento de norte (a conhecida nortada). Foram muitos os dias em que era difícil frequentar uma praia sem ter que resistir a esta força da natureza.
Nos últimos dias o Anticiclone dos Açores migrou para norte e estacionou sobre as ilhas britânicas. "Puxou" o ar quente oriundo do Norte de África e, consequentemente, chegaram os dias quentes (ausentes no mês de Agosto).
Entretanto o desenvolvimento de uma baixa pressão ao largo da Península Ibérica trouxe trovoada e aguaceiros fortes sobretudo para as terras do interior.
Este tempo instável denuncia a entrada do Outono. Antes da chegada do frio ainda serão comuns os dias chuvosos, húmidos e mornos. A história repete-se todos os anos com algumas cambiantes. Precisamos desta estabilidade do clima. Sem ela não podemos viver porque a nossa sociedade está inteiramente dependente da sucessão ritmada das estações do ano.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Portugal pertence aos "PIGS"
Segundo notícia publicada no "Finantial Times"
"Pigs in muck
Published: September 1 2008 03:00 | Last updated: September 1 2008 03:00
Exciting countries get exciting acronyms, at least in financial circles. Fast-growing Brazil, Russia, India and China, for example, are called Brics, the very initials implying solid growth. Other countries are less fortunate. Take Portugal, Italy, Greece and Spain, sometimes described as the Pigs. It is a pejorative moniker but one with much truth.
Eight years ago, Pigs really did fly. Their economies soared after joining the eurozone. Interest rates fell to historical lows - and were often negative in real terms. A credit boom followed, just as night follows day. Wages rose, debt levels ballooned, as did house prices and consumption. Now the Pigs are falling back to earth."
Parece que o nosso ministro Manuel Pinho está indignado com esta classificação...
"Pigs in muck
Published: September 1 2008 03:00 | Last updated: September 1 2008 03:00
Exciting countries get exciting acronyms, at least in financial circles. Fast-growing Brazil, Russia, India and China, for example, are called Brics, the very initials implying solid growth. Other countries are less fortunate. Take Portugal, Italy, Greece and Spain, sometimes described as the Pigs. It is a pejorative moniker but one with much truth.
Eight years ago, Pigs really did fly. Their economies soared after joining the eurozone. Interest rates fell to historical lows - and were often negative in real terms. A credit boom followed, just as night follows day. Wages rose, debt levels ballooned, as did house prices and consumption. Now the Pigs are falling back to earth."
Parece que o nosso ministro Manuel Pinho está indignado com esta classificação...
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Regresso das cidades à rotina
Multiplicam-se as iniciativas individuais e colectivas em prol de cidades com um estilo de vida mais agradável, através da utilização da bicicleta como veículo de transporte entre casa e o trabalho.
A Grande Lisboa, no que se refere à mobilidade dos seus cidadãos, é uma cidade caótica onde o veículo automóvel particular domina em absoluto as ruas, as avenidas e as praças. Apesar dos bonitos discursos dos nossos governantes tudo continua na mesma no que refere à melhoria da saúde das nossas vias urbanas.
Com o início de mais um ano lectivo os grandes engarrafamentos voltaram a aparecer um pouco por todo o lado nas suas mais variadas escalas, desde os grandes nós das auto-estradas até à rua do pequeno bairro. Mais um período de grandes movimentações pendulares se iniciou e os habitantes da região urbana de Lisboa lá se vão aguentado neste sacrifício de perder horas a fio enfiado num veículo num engarrafamento qualquer.
Mas a opção pelo transporte individual tornou-se nas últimas décadas essencial para a vida das pessoas. Estando a rede de transportes públicos mal dimensionada, estando o espaço público muito degradado é natural que a opção do “sofá individual com rodas” seja a preferida pela grande maioria dos cidadãos. Perante isto, como numa espiral sem fim, o investimento público na Grande Lisboa tem sido praticamente todo canalizado para a construção de novas vias, viadutos e túneis para o automóvel. Mas estas novas estruturas têm servido para atrair cada vez mais automóveis para os centros de actividade mais importantes, criando novos nós de engarrafamento.
De quando em quando lá surge um responsável a dizer que é preciso inverter urgentemente esta situação. Só palavras, digo! Faltam os actos. É preciso diminuir o número de faixas destinadas ao trânsito de veículos privados, é preciso alargar passeios, enfim, precisamos de ruas onde os transportes públicos eléctricos convivam com os peões, ciclistas e pessoas de mobilidade reduzida!
Lisboa precisa de uma boa rede de eléctricos de superfície que complemente eficazmente a minúscula e caríssima rede de metropolitano. A implementação deste tipo de transporte com a concomitante redução das vias de circulação automóvel daria outra vida à rua. Poderiam os passeios ser alargados, mais árvores seriam plantadas e a cidade ganharia outra cor.
Assiste-se na região de Lisboa ao nascimento de vários movimentos a favor da bicicleta como meio privilegiado de transporte. Os cidadãos estão a antecipar-se ao poder político e executivo. Ainda bem! Estes movimentos merecem toda a consideração e espero que triunfem na libertação da cidade do caos automobilístico. Oxalá chegue bem depressa o dia em que qualquer cidadão, independentemente do seu estado físico, possa ter a mobilidade a que tem direito numa cidade que deve ser para todos!
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
A crise financeira
Os mercados financeiros estão em convulsão. A recente declaração de falência de um grande banco norte-americano (Lehman Brothers) é apenas um reflexo da confusão instalada nas finanças mundiais.
Influenciada por esta crise o preço do petróleo está em queda há várias semanas e já atingiu valores claramente inferiores aos 100 dólares por barril. Por outro lado, as taxas de juro na zona euro, continuam a ter tendência para subir porque a crise de liquidez do mercado é grande.
São complexos os factores responsáveis por esta crise. É bem provável que o esforço de guerra exercido pelos Estados Unidos seja uma das várias causas para este caos financeiro. Agora é esperar que a tempestade financeira passe rezando para que atrás desta tempestade não se instale o caos económico.
Apesar de ser um leigo em relação a estes assuntos sinto que esta crise é o reflexo de uma economia mundial que vive praticamente só da especulação financeira. Os grandes investimentos mundiais estão todos virados para actividades não produtivas e não geradores de bem-estar social. O resultado está à vista.
Haverá democracia em sociedades especulativas?
Influenciada por esta crise o preço do petróleo está em queda há várias semanas e já atingiu valores claramente inferiores aos 100 dólares por barril. Por outro lado, as taxas de juro na zona euro, continuam a ter tendência para subir porque a crise de liquidez do mercado é grande.
São complexos os factores responsáveis por esta crise. É bem provável que o esforço de guerra exercido pelos Estados Unidos seja uma das várias causas para este caos financeiro. Agora é esperar que a tempestade financeira passe rezando para que atrás desta tempestade não se instale o caos económico.
Apesar de ser um leigo em relação a estes assuntos sinto que esta crise é o reflexo de uma economia mundial que vive praticamente só da especulação financeira. Os grandes investimentos mundiais estão todos virados para actividades não produtivas e não geradores de bem-estar social. O resultado está à vista.
Haverá democracia em sociedades especulativas?
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Petróleo e sociedade
Apesar de o preço do petróleo ter baixado nos mercados internacionais, mantém-se o problema de base relacionado com a escassez deste recurso num futuro muito próximo. Recentemente, as organizações não governamentais ODAC (Oil Depletion Analysis Center) e PCI (Post Carbon Institute) divulgaram mais um importante relatório acerca do pico de extracção de petróleo e suas implicações na nossa sociedade (ver em http://www.odac-info.org/sites/odac.postcarbon.org/files/Preparing_for_Peak_Oil.pdf).
Uma das primeiras páginas deste extenso relatório contém algumas frases emblemáticas acerca da importância deste problema:
“ Shell estimates that after 2015 supplies of easy-to-access oil and gas will no longer keep up with demand.”
Jeroen van de Veer, CEO of Shell, 22 January 2008
“ Underpinning the long-term price of oil is the fact that the world is
consuming over 30 billion barrels a year and replacing only a fraction of this with new discoveries.”
James W. Buckee, President and CEO of Talisman Energy Inc., 13 March 2007
“ We’re seeing the beginnings of a bidding war for Middle Eastern oil between east and west.”
Dave O’Reilly, CEO of Chevron, 15 February 2008
“ In the longer run, unless we take serious steps to prepare for the day that we can no longer increase production of conventional oil, we are faced with the possibility of a major economic shock – and the political unrest that would ensue.”
Dr. James Schlesinger, former US Energy Secretary, 16 November 2005
“ We should not cling to crude down to the last drop – we should leave oil before it leaves us. That means new approaches must be found soon....The really important thing is that even though we are not yet running out of oil, we are running out of time.”
Fatih Birol, Chief Economist, International Energy Agency, 2 March 2008
“The easy, cheap oil is over. Peak oil is looming.”
Shokri Ghanem, head of Libya’s National Oil Corporation, 8 June 2008
Este relatório começa por definir muito bem o que entende por "peak oil":
What is peak oil?
People often ask when the world’s oil is going to ‘run out’, but this is the wrong question. ‘Peak oil’ refers to the moment at which global oil production will reach its maximum level, and then go into sustained decline. This is expected to happen at the ‘midpoint of depletion’ – when roughly half the oil that will ever be produced has been consumed, and the other half is still underground. This is a pattern which has already been observed in over sixty of the world’s 98 oil producing countries. British oil production peaked in 1999 and daily output has already fallen by well over half. Britain became a net importer of oil in 2006.
Oil production in a given country tends to go into decline at about the halfway point because of falling pressure in the underground reservoirs, and because oil companies usually discover and exploit the largest oil fields first.
Most evidence suggests that this point is now rapidly approaching for the world as a whole.
(...)
Many forecasters expect global oil production to peak between now and 2020,and an increasing number expect peak oil to occur within the next five years.
The International Energy Agency has forecast a global oil supply “crunch” from 2012. Some analysts even believe the peak may already have happened, since global oil production has been essentially flat between early 2005 and mid 2008, despite the soaring oil price. The BP Statistical Energy Review stated oil production fell by 0.2% in 2007.
A report commissioned by the US Department of Energy entitled Peaking of World Oil Production: Impacts, Mitigation & Risk Management5 makes clear that there is little chance of mitigating the impact of peak oil unless a crash programme is instigated at least a decade before the event. This will require big changes to infrastructure, some of which must be delivered by governments,both national and local.
Qualquer debate sério sobre a crise energética deve ir além das académicas discussões puramente económicas. É urgente dar mais atenção ao aspecto dos recursos, desde a avaliação das reservas, passando pelas dificuldades de extracção e processamento, até à sua comercialização. Além dos fenómenos da especulação sobre os preços da energia, existe uma realidade do lado da extracção dos recursos totalmente desconhecida pela maioria dos cidadãos.
Uma das primeiras páginas deste extenso relatório contém algumas frases emblemáticas acerca da importância deste problema:
“ Shell estimates that after 2015 supplies of easy-to-access oil and gas will no longer keep up with demand.”
Jeroen van de Veer, CEO of Shell, 22 January 2008
“ Underpinning the long-term price of oil is the fact that the world is
consuming over 30 billion barrels a year and replacing only a fraction of this with new discoveries.”
James W. Buckee, President and CEO of Talisman Energy Inc., 13 March 2007
“ We’re seeing the beginnings of a bidding war for Middle Eastern oil between east and west.”
Dave O’Reilly, CEO of Chevron, 15 February 2008
“ In the longer run, unless we take serious steps to prepare for the day that we can no longer increase production of conventional oil, we are faced with the possibility of a major economic shock – and the political unrest that would ensue.”
Dr. James Schlesinger, former US Energy Secretary, 16 November 2005
“ We should not cling to crude down to the last drop – we should leave oil before it leaves us. That means new approaches must be found soon....The really important thing is that even though we are not yet running out of oil, we are running out of time.”
Fatih Birol, Chief Economist, International Energy Agency, 2 March 2008
“The easy, cheap oil is over. Peak oil is looming.”
Shokri Ghanem, head of Libya’s National Oil Corporation, 8 June 2008
Este relatório começa por definir muito bem o que entende por "peak oil":
What is peak oil?
People often ask when the world’s oil is going to ‘run out’, but this is the wrong question. ‘Peak oil’ refers to the moment at which global oil production will reach its maximum level, and then go into sustained decline. This is expected to happen at the ‘midpoint of depletion’ – when roughly half the oil that will ever be produced has been consumed, and the other half is still underground. This is a pattern which has already been observed in over sixty of the world’s 98 oil producing countries. British oil production peaked in 1999 and daily output has already fallen by well over half. Britain became a net importer of oil in 2006.
Oil production in a given country tends to go into decline at about the halfway point because of falling pressure in the underground reservoirs, and because oil companies usually discover and exploit the largest oil fields first.
Most evidence suggests that this point is now rapidly approaching for the world as a whole.
(...)
Many forecasters expect global oil production to peak between now and 2020,and an increasing number expect peak oil to occur within the next five years.
The International Energy Agency has forecast a global oil supply “crunch” from 2012. Some analysts even believe the peak may already have happened, since global oil production has been essentially flat between early 2005 and mid 2008, despite the soaring oil price. The BP Statistical Energy Review stated oil production fell by 0.2% in 2007.
A report commissioned by the US Department of Energy entitled Peaking of World Oil Production: Impacts, Mitigation & Risk Management5 makes clear that there is little chance of mitigating the impact of peak oil unless a crash programme is instigated at least a decade before the event. This will require big changes to infrastructure, some of which must be delivered by governments,both national and local.
Qualquer debate sério sobre a crise energética deve ir além das académicas discussões puramente económicas. É urgente dar mais atenção ao aspecto dos recursos, desde a avaliação das reservas, passando pelas dificuldades de extracção e processamento, até à sua comercialização. Além dos fenómenos da especulação sobre os preços da energia, existe uma realidade do lado da extracção dos recursos totalmente desconhecida pela maioria dos cidadãos.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Outono fora da época
Parece que o Outono começou mais cedo este ano. O início de Setembro começou com um significativo decréscimo das temperaturas máximas e subida de algumas mínimas, principalmente no litoral. O interior da Península Ibérica arrefeceu, os ventos de norte na costa ocidental amainaram, as tardes tornaram-se subitamente mais amenas e no céu começaram a aparecer os primeiros grandes conjuntos de nuvens de várias altitudes e de cores múltiplas.
No fim desta primeira semana de Setembro chegam os efeitos de uma grande baixa pressão e superfícies frontais associadas.
Assim começa mais um Outono, fora da época oficial.
Provavelmente, na segunda quinzena de Setembro, o tempo quente voltará e até poderemos vir a ter um Outono quente a contrastar com a Primavera e o Verão. Estarão as estações do ano a desaparecer para dar lugar a uma variabilidade atmosférica totalmente imprevisível sem estações definidas? Será isto uma das faces do tão falado "aquecimento global"?
No fim desta primeira semana de Setembro chegam os efeitos de uma grande baixa pressão e superfícies frontais associadas.
Assim começa mais um Outono, fora da época oficial.
Provavelmente, na segunda quinzena de Setembro, o tempo quente voltará e até poderemos vir a ter um Outono quente a contrastar com a Primavera e o Verão. Estarão as estações do ano a desaparecer para dar lugar a uma variabilidade atmosférica totalmente imprevisível sem estações definidas? Será isto uma das faces do tão falado "aquecimento global"?
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Furacões
Por cá o Verão tem sido pouco quente. Todavia, no Atlântico tropical está em marcha o fenómeno de geração dos furacões que se dirigem para o mar das Caraíbas. O Gustav já passou mas vêm aí mais 3: Hanna, Ike e Josephine.
Todos os anos a história se repete. O grande problema é que a intensidade e frequência destes fenómenos meteorológicos tem tendência para aumentar.
Todos os anos a história se repete. O grande problema é que a intensidade e frequência destes fenómenos meteorológicos tem tendência para aumentar.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
sábado, 23 de agosto de 2008
domingo, 10 de agosto de 2008
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Tempos futuros (reflexão)
Vêm aí tempos agitados, fortes ventos políticos, económicos e ambientais. Vamos ter que saber nadar bem nestas águas. Penso que a era do dinheiro fácil vindo da Europa está a acabar e agora vamos ter que remar com os nossos braços e a nossa força. O ano que aí vem não será fácil porque o garrote financeiro está a estrangular a economia. Os recursos são cada vez mais escassos e caros, com o preço da energia à cabeça.
Viver dos rendimentos do trabalho é cada vez mais uma missão impossível. Se antigamente os salários eram actualizados agora são, quando muito, arredondados. A continuar por este caminho iremos assistir ao fim da chamada classe média. Nessa altura a estrutura da sociedade portuguesa terá apenas três modas no seu padrão de distribuição: os muito ricos, os pobres e os muito pobres. Este padrão não favorece o engrandecimento de uma sociedade, antes pelo contrário: destrói as elites culturais, fomenta a incultura, a banalidade e a boçalidade e promove a fuga da massa cinzenta para outras paragens. Para inverter esta lógica teremos que apostar muito mais na melhoria das condições sociais do país: investir muito mais e muito melhor na educação, na cultura e na saúde. Como se consegue isto? Será uma questão de prioridades. Será que necessitamos de duas auto-estradas paralelas entre Lisboa e Porto? Será que precisamos de apoiar tanto o futebol? Será que precisamos de um aeroporto colossal num tempo de decréscimo acentuado do número de viagens de avião?
Nos próximos 10 anos nada será como antigamente. O crescimento rápido das gigantescas economias da Ásia e do Pacífico vai esmagar a disponibilidade mundial de recursos energéticos e materiais que existia na última década do século XX. Sendo estes mais escassos o seu preço aumentará muito, como é óbvio. Aqui a reciclagem e a alteração de hábitos de consumo terá um papel importantíssimo. Aliás, a reciclagem será o processo chave para evitar o colapso das economias. Num plano ideal de desenvolvimento tudo o que deitamos fora deveria ser reconduzido na produção de novos materiais e não acumulado numa lixeira. Deveríamos ser tão eficientes como é, por exemplo, um ecossistema de uma floresta equatorial que apesar de exuberante vive dos seus escassos recursos. Será possível um dia substituir a indústria de produção em massa de bens consumo por uma outra dita de reciclagem? Oxalá que sim, porque o planeta Terra está a ficar cansado deste desgaste provocado pela espécie humana que actua como que uma enorme colónia de vírus que tudo ataca e consome até ao último pedacinho de recurso.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Os textos de Miguel Somsen
Este jornalista tem sentido de humor muito apurado. A crónica de hoje publicada no jornal Metro é simplesmente esplêndida!
Texto de Miguel Somsen, publicado no jornal Metro de 25 de Julho de 2008:
Espaço
É conhecida a dificuldade que os recém-nascidos têm em gerir a abundância de espaço do mundo real proporcionada pela imensidão do seu berço, depois de nove meses circunscritos a um T0 arrendado ao ventre da mãe. Por isso, sugerem os pediatras, os bebés devem dormir aconchegados a “paredes psicológicas”, sejam elas rolos de cobertores ou pequenas almofadas que possam edificar as primeiras fronteiras do seu espaço vital (recorrendo à memória “in utero”). Com os adultos mal crescidos como eu, é o contrário: eu preciso de muito espaço. Espaço para cima, com tecto trabalhado, espaço para a frente, com vista de rio, e espaço para os lados, para espreguiçar sem acotovelar (se empurrar para debaixo do comboio, paciência). As minhas “paredes psicológicas” serão mais do género Mosteiro dos Jerónimos que sanitários dos Armazéns do Chiado. No Verão, quero uma praia só para mim, nem que tenha de afugentar a vizinhança!
Estou oficialmente de férias, numa casita com espaço e acesso rápido ao mar, em Cacela Velha, no Algarve (escusam de enviar paparazzi, estarei irreconhecível, sem óculos escuros). É o primeiro Verão que passo com a minha filha de nove meses incompletos, a primeira areia nos seus pés, o cobertor molhado das marés, a película de sal nas pálpebras e a poesia pimba de um pai à procura de paz, sossego e espaço. A menina não pede muito, mas os adultos precisam do espaço possível e imaginável. Ora, enquanto o imaginável não passar da nossa imaginação, vamo-nos contentando com o possível — o Algarve. O Algarve está dividido em Sotavento (Faro-Vila Real Sto António), Barlavento (Faro-Lagos) e Sagres (o chamado Só Vento). Estive duas vezes em Sagres e adorei, mas o vento é traiçoeiro: um homem vai dar um mergulho e quando regressa à toalha descobre que a praia já não existe.
Há seis anos, encontrei uma praia só para mim em Cacela Velha. Hoje, o areal tem cerca de vinte pessoas, uma brutalidade. É preciso eliminá-los já. Por isso, antes de levar a família, aventurei-me sozinho. É sabido que, mesmo numa praia semi-deserta, um homem sozinho de óculos escuros causa sempre algum embaraço. “Ele traz um livro, será gay?”. Se eu tivesse levado uns binóculos, seria “voyeur” ou apenas ornitólogo? As pessoas não fazem perguntas, agem com base no estereótipo em voga. E o estereótipo em voga é que um indivíduo suspeito causa má fama ao turismo local. É um risco que corro, talvez amanhã o meu opróbrio tenha servido para esvaziar a praia. Isso ou está garantida uma diária nos calabouços de Vila Real de Sto. António. Tudo bem, desde que não tenha de partilhar espaço com ninguém.
Texto de Miguel Somsen, publicado no jornal Metro de 25 de Julho de 2008:
Espaço
É conhecida a dificuldade que os recém-nascidos têm em gerir a abundância de espaço do mundo real proporcionada pela imensidão do seu berço, depois de nove meses circunscritos a um T0 arrendado ao ventre da mãe. Por isso, sugerem os pediatras, os bebés devem dormir aconchegados a “paredes psicológicas”, sejam elas rolos de cobertores ou pequenas almofadas que possam edificar as primeiras fronteiras do seu espaço vital (recorrendo à memória “in utero”). Com os adultos mal crescidos como eu, é o contrário: eu preciso de muito espaço. Espaço para cima, com tecto trabalhado, espaço para a frente, com vista de rio, e espaço para os lados, para espreguiçar sem acotovelar (se empurrar para debaixo do comboio, paciência). As minhas “paredes psicológicas” serão mais do género Mosteiro dos Jerónimos que sanitários dos Armazéns do Chiado. No Verão, quero uma praia só para mim, nem que tenha de afugentar a vizinhança!
Estou oficialmente de férias, numa casita com espaço e acesso rápido ao mar, em Cacela Velha, no Algarve (escusam de enviar paparazzi, estarei irreconhecível, sem óculos escuros). É o primeiro Verão que passo com a minha filha de nove meses incompletos, a primeira areia nos seus pés, o cobertor molhado das marés, a película de sal nas pálpebras e a poesia pimba de um pai à procura de paz, sossego e espaço. A menina não pede muito, mas os adultos precisam do espaço possível e imaginável. Ora, enquanto o imaginável não passar da nossa imaginação, vamo-nos contentando com o possível — o Algarve. O Algarve está dividido em Sotavento (Faro-Vila Real Sto António), Barlavento (Faro-Lagos) e Sagres (o chamado Só Vento). Estive duas vezes em Sagres e adorei, mas o vento é traiçoeiro: um homem vai dar um mergulho e quando regressa à toalha descobre que a praia já não existe.
Há seis anos, encontrei uma praia só para mim em Cacela Velha. Hoje, o areal tem cerca de vinte pessoas, uma brutalidade. É preciso eliminá-los já. Por isso, antes de levar a família, aventurei-me sozinho. É sabido que, mesmo numa praia semi-deserta, um homem sozinho de óculos escuros causa sempre algum embaraço. “Ele traz um livro, será gay?”. Se eu tivesse levado uns binóculos, seria “voyeur” ou apenas ornitólogo? As pessoas não fazem perguntas, agem com base no estereótipo em voga. E o estereótipo em voga é que um indivíduo suspeito causa má fama ao turismo local. É um risco que corro, talvez amanhã o meu opróbrio tenha servido para esvaziar a praia. Isso ou está garantida uma diária nos calabouços de Vila Real de Sto. António. Tudo bem, desde que não tenha de partilhar espaço com ninguém.
Por ele vamos até ao fim do mundo
Segundo notícia de hoje no jornal Público:
Nos gelos do Árctico esconde-se 13 por cento do petróleo ainda não descoberto
por Clara Barata
A maior parte dos recursos situa-se na plataforma continental, e cientistas concentraram-se em reservas que se poderiam explorar com a tecnologia actualmente disponível
Debaixo dos gelos do Árctico há petróleo suficiente para satisfazer a procura mundial durante três anos. E a boa (ou má, consoante as perspectivas) notícia é que a maior parte das reservas de petróleo e de gás natural estão em zonas perto da costa dos países do Círculo Polar Árctico, e não perto do Pólo Norte, em regiões de propriedade definida, onde não deve haver disputas territoriais.
Quem o diz são os Serviços Geológicos dos Estados Unidos, que acabam de divulgar os resultados da muito esperada avaliação das reservas de hidrocarbonetos ainda não exploradas no Árctico. "A plataforma continental do Alasca é o local onde se deve procurar hoje petróleo", disse Donald Gautier.
Vamos aos números: o Árctico pode ter 90 milhões de barris de petróleo ainda não descobertos, e mais de 46 biliões (milhões de milhões) de metros cúbicos de gás natural. Isto representa 13 por cento do total das reservas petrolíferas ainda não descobertas, e 30 por cento das de gás natural, diz a U.S. Geological Survey. Na avaliação foram apenas incluídos "recursos que se julga poderem ser explorados utilizando a tecnologia hoje disponível".
Mas não foram incluídos cálculos sobre os custos que teria explorar petróleo e gás natural nestas zonas. Isso será o objectivo de um próximo estudo, disse Don Gautier, citado pelo jornal canadiano Globe and Mail.
Rússia rica
É nos sete milhões de quilómetros quadrados de zonas marítimas com menos de 500 metros de profundidade, nas plataformas continentais, que se concentram os hidrocarbonetos. Há três áreas que se destacam: dois terços do gás natural não descoberto situar-se-á em duas regiões russa (a Bacia Siberiana Ocidental e a Bacia Oriental do Mar de Barents, parte desta também sob administração norueguesa) e a zona costeira do Alasca (EUA).
Os geólogos, no entanto, tentaram evitar a questão de saber a quem pertenceriam estes recursos. "Pensámos nisto do ponto de vista geológico, e não político", disse Gautier, citado pelo Globe and Mail.
Em princípio, nas regiões identificadas no estudo não haverá grandes disputas territoriais - só lá para o meio do oceano Árctico, mais perto do Pólo Norte propriamente dito, é que as nações do topo do mundo podem disputar o direito a explorar o fundo do mar. O cenário de uma louca corrida ao petróleo e ao gás natural por parte das nações do Árctico (Estados Unidos, Canadá, Rússia, Noruega, Dinamarca), imitando a corrida ao ouro na Califórnia, pode estar mais afastado do que se temia.
Mas o facto de boa parte dos recursos estarem em zonas cuja titularidade é reconhecida pode bem querer dizer que a sua exploração é susceptível de se acelerar muito. Na verdade, já há muitas empresas petrolíferas que se estão a colocar no Árctico, preparando-se para aproveitar o degelo, que tem sido cada vez maior durante o Verão, devido ao aquecimento global.
A Shell, por exemplo, já investiu 2000 milhões de dólares na compra de direitos de perfuração no mar de Chukchi, no Alasca, noticiou o The Wall Street Journal. A BP, por seu lado, pagou 1200 milhões de dólares ao Canadá pelo direito de explorar em três lotes no mar de Beaufort.
E se a tendência de escalada dos preços do petróleo continuar, será cada vez maior o incentivo para o procurar em zonas antes menos atractivas porque implicam grandes gastos.
O impacte ambiental da intensificação da exploração de petróleo e gás natural no Árctico, no entanto, pode ser brutal. Não só para as espécies locais, como o urso polar - mas também para os próprios seres humanos, e não apenas para os povos inuit, que vivem no Círculo Polar Árctico.
Os pólos da Terra são uma espécie de ar condicionado do planeta - entre outros efeitos, a capacidade reflectora do gelo funciona como uma t-shirt branca no Verão que nos ajuda a manter mais frescos. Acelerar o derretimento dos gelos pode ter consequências graves e inesperadas.
Será que vale a pena sacrificar uma das poucas regiões do mundo ainda pouco perturbadas pela actividade humana só para obter mais uns milhões de barris de petróleo?
Esta exploração de petróleo apenas irá atrasar um ou dois anos o efeito inevitável do "oil peak".
Temos é que aprender a viver com menos energia para evitar o colapso da nossa civilização. Não há outra solução.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
segunda-feira, 21 de julho de 2008
sábado, 12 de julho de 2008
Vaga de calor
Agora com o novo site do Instituto de Meteorologia já é possível saber as previsões do tempo com grande qualidade.
O Anticiclone dos Açores está forte e bem posicionado este Verão. Por isso as nortadas têm sido persistentes e fortes. Agora a crista deste centro de altas pressões vai intensificar-se nos próximos dias, "puxando" o ar seco e quente vindo do Norte de África. Vamos suar um pouco mais nos próximos dias.
Carta de superfície para o dia 14 de Julho de 2008
O Anticiclone dos Açores está forte e bem posicionado este Verão. Por isso as nortadas têm sido persistentes e fortes. Agora a crista deste centro de altas pressões vai intensificar-se nos próximos dias, "puxando" o ar seco e quente vindo do Norte de África. Vamos suar um pouco mais nos próximos dias.
Carta de superfície para o dia 14 de Julho de 2008
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Os carros eléctricos
O nosso Primeiro Ministro anda a anunciar os veículos eléctricos como uma das respostas ao choque petrolífero (Jornal Público):
Memorando entre Governo e Renault- Nissan
Sócrates: automóveis eléctricos irão pagar apenas 30 por cento do imposto automóvel
09.07.2008 - 12h20
Por Lusa, PÚBLICO
Reuters (arquivo)
EDP, Galp, Efacec, Martifer, Sonae, Jerónimo Martins e instituições financeiras são alguns dos parceiros dos carros eléctricos do futuro
O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje que o Governo está a estudar um modelo fiscal para permitir que os futuros carros eléctricos, sem emissões poluentes, possam pagar 30 por cento do actual imposto automóvel.
O anúncio de Sócrates foi feito na cerimónia de assinatura de um memorando entre o Governo e a Renault-Nissan para a comercialização em Portugal de um veículo eléctrico a partir de 2011.
"Se um carro eléctrico já existisse actualmente, apenas pagaria 30 por cento do imposto automóvel, já que este imposto tem em 70 por cento uma componente ambiental. O Governo está disponível para criar um quadro fiscal ainda mais atraente", disse.
Além de vantagens ao nível do preço, o chefe do Governo declarou que caberá ao executivo criar uma rede de infra-estruturas que permita ao consumidor abastecer sem dificuldade o seu carro eléctrico.
"Penso que em pouco tempo seremos capazes de criar essas infra-estruturas para carregar ou substituir a bateria do carro eléctrico", disse. Há várias empresas portugueses que já terão sido contactadas e que podem contribuir para acelerar a introdução de veículos eléctricos em Portugal. Desde logo, a eléctrica EDP, a petrolífera Galp, que possui centenas de postos de abastecimento de combustíveis espalhados pelo país, a empresa de equipamentos eléctricos e electrónicos Efacec, a Martifer, instituições financeiras e redes de supermercados da Sonae e Jerónimo Martins.
O primeiro-ministro demonstrou o desejo de Portugal ser o "laboratório dos futuros carros eléctricos" e de receber tanto o investimento da Renault-Nissan como de outros construtores automóveis.
O protocolo assinado com o grupo franco-japonês prevê que o Governo "proporcione as condições para que o consumidor de um veículo eléctrico não tenha qualquer desvantagem em preços ou mobilidade.
Em relação à aposta nestes veículos sem emissões poluentes, o primeiro-ministro sublinhou que "Portugal está na linha da frente desta aventura com a Dinamarca e Israel", ponto em que aproveitou para deixar uma crítica à União Europeia. "Espero que, no futuro, possamos estar acompanhados pela Europa. Lamento que a Europa ainda não tenha apostado mais neste domínio e não esteja a ser mais ambiciosa, por que não podemos continuar passivos por muito mais tempo", declarou.
De acordo com o memorando de entendimento agora assinado, o Governo português vai estudar conjuntamente com a Renault-Nissan a forma de criar condições adequadas para os veículos eléctricos serem uma oferta atractiva para os consumidores portugueses.
Caberá também ao executivo contribuir para o desenvolvimento das infra-estruturas e organizações necessárias para criar uma ampla rede de estações de carga para os veículos eléctricos, a nível nacional, assim como identificar os canais mais eficazes de comunicação e educação para sensibilizar para a importância destes modelos, que permitem reduzir as emissões.
As negociações entre o Governo e a Renault-Nissan arrancaram em Maio e com este protocolo o objectivo será promover a mobilidade com zero emissões no país.
Vamos ver o que isto dá. Oxalá dê certo mas de uma forma ambientalmente correcta em que se possam reciclar devidamente as baterias usadas nestes automóveis. A energia eléctrica também deve ser "limpa". Como temos tanto sol não será possível carregar as baterias destes futuros automóveis através da energia solar? Se assim for os lugares para estacionar mais procurados passarão a ser os que estiverem ao sol. Uma mudança radical de hábitos! O que irá ser bom é a diminuição da poluição atmosférica das cidades. Se a isto se juntarem boas políticas de desenvolvimento dos transportes públicos eléctricos então as nossas cidades caminharão no bom sentido: menos poluídas, menos engarrafadas e, consequentemente, muito mais saudáveis.
terça-feira, 8 de julho de 2008
G8
Notícia do jornal Público
Solicitada reavaliação de moedas emergentes
G8 pede aumento rápido da produção de petróleo
08.07.2008 - 08h54 Lusa, PÚBLICO
Os dirigentes do G8 pediram hoje aos países produtores de petróleo para aumentarem “a curto prazo” as capacidades de produção e refinação, de modo a travarem a escalada dos preços nos mercados mundiais.
“Estamos muito preocupados com os aumentos do preço do petróleo, que criou riscos para a economia mundial. São necessários esforços concertados para resolver as causas subjacentes para benefício de todos”, afirmam num comunicado os chefes de Estado e de governo dos países mais industrializados do mundo, reunidos em Toyako, no Japão, desde segunda-feira.
Depois de vários dias instalados em hotéis de luxo, muito provavelmente a ingerirem pesadas refeições compostas por produtos alimentares exóticos e de primeira categoria, os senhores do G8 pedem um aumento da produção de petróleo. Está correcto, pois se boa parte da humanidade seguisse o seu exemplo, ficando hospedado em hotéis de luxo e comendo grandes refeições, nem 200 milhões barris de petróleo produzidos por dia chegariam para satisfazer as necessidades (actualmente produzem-se cerca de 85 milhões).
O grande problema é que o petróleo não se produz à semelhança dos automóveis. Não existem “fábricas de petróleo” e portanto, o aumento da disponibilidade deste hidrocarboneto no mercado não se faz com uma simples ordem de abrir mais a “torneira da fábrica”. Este recurso é extraído do subsolo e o volume que se obtém está dependente de uma enorme quantidade de variáveis. Outro problema é o facto do petróleo ser um recurso finito e tendo por base o conhecimento do volume já extraído, da velocidade de extracção actual, e da natureza geológica do nosso planeta, é bem provável que o limite de extracção diária deste recurso esteja muito próximo do seu máximo. Em poucas palavras, o pico de extracção (ou “peak oil”) está prestes a ser atingido. Esta é uma tese sustentada por inúmeros especialistas, embora o debate acerca do momento em que este pico possa ocorrer seja ainda alvo de algumas incertezas temporais.
Os senhores do G8 sabem que para manter um padrão de vida ao estilo ocidental rico só é possível graças à disponibilidade de grandes quantidades de petróleo (e de outros recursos materiais). A energia contida neste recurso é formidável! Qualquer ser humano com um rendimento médio de um alemão ou de um luxemburguês, comodamente instalado num hotel em Basileia, consegue tomar um pequeno-almoço recheado com caviar russo e ir jantar lagosta suada, no mesmo dia, num restaurante de luxo em Auckland, na Nova Zelândia!
Isto tudo graças a quê? Aos aviões supersónicos muito desenvolvidos tecnologicamente mas movidos a querosene que é um derivado do petróleo!
Não há milagres! É bom que a humanidade se convença disso. Uma vez atingido o pico de extracção o petróleo começará a rarear nos mercados e o seu preço subirá exponencialmente, porque a lei da oferta e da procura é inultrapassável.
Só há uma solução: diminuir o consumo. A diminuição do consumo passa por muitas medidas, como por exemplo a reciclagem de produtos derivados do petróleo (são tantos!), ou a implementação de meios de transporte colectivos movidos a energia eléctrica (não produzida a partir da queima de hidrocarbonetos). As cidades têm que se organizar para evitar a presença constante de engarrafamentos diários que consomem elevadíssimas quantidades de combustíveis fósseis. As nossas cidades estão a anos-luz de serem sustentáveis. Estamos à espera de quê?
domingo, 6 de julho de 2008
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Pirenéus
Este é um dos locais da Terra que gostaria de voltar a visitar. Estas montanhas são imponentes, majestosas e constituem um dos últimos refúgios da natureza da bacia mediterrânica em seu estado (quase) puro. Os percursos de montanha feitos a pé são muito recomendáveis para todas as idades e estados de espírito. Aqui pode aprender-se o valor de uma árvore ou de um simples arbusto. Também se podem contemplar as formas de relevo moldadas pelos glaciares gigantes já desaparecidos.
Aqui pode respirar-se fundo, a plenos pulmões!
Aqui pode respirar-se fundo, a plenos pulmões!
terça-feira, 1 de julho de 2008
AIE (Agência Internacional da Energia)
Hoje no sítio do jornal Público:
China e Índia pressionam mercado energético
Petróleo: agência de energia revê procura em baixa e mantém instabilidade de preços
01.07.2008 - 15h12
Por Lusa
A Agência Internacional da Energia (AIE) reviu hoje em baixa as expectativas relativas à procura mundial de petróleo nos próximos cinco anos, mas avisou que tal não vai impedir que o mercado se mantenha sob tensão.
Na sua informação anual de previsões de médio prazo, a AIE prevê que o abrandamento da economia causará um menor crescimento do que esperado tanto para este ano como para o próximo, e que tal coincidirá com um leve aumento das capacidades de extracção de crude, que variará entre os 1,5 e os 2,5 milhões de barris diários até 2010.
No entanto, a AIE prevê uma nova diminuição deste volume a partir de 2010, que se situará em valores mínimos inferiores a um milhão de barris diários de crescimento em cada um dos anos seguintes, precisamente quando se espera uma nova aceleração do consumo.
Consequência do anterior, a margem excedentária de produção aumentará até o tecto de 4,2 milhões de barris diários em 2009 antes de baixar para níveis mínimos, por volta de um milhão de barris, se não forem postos em marcha projectos de exploração adicional.
A AIE sublinha que os preços elevados do petróleo se justificam pelas condições fundamentais do mercado e refuta o argumento de quem pretende explica-los por movimentos especulativos.
A especulação - argumentam os autores do estudo - pode pesar na cotação pontual do crude, mas não se pode manter durante um largo período de tempo sem a existência de "evidentes desequilíbrios", e a avaliação actual das reservas físicas prova que não tem havido uma acumulação de reservas com fins especulativos.
As causas da escalada dos preços estão na margem estreita que há entre a oferta e a procura, nas limitações das capacidades de refinação e num consumo particularmente forte de um número reduzido de derivados do petróleo, em particular dos destilados médios.
A AIE afirma ainda que a evolução dos preços tem em boa parte a ver com os resultados limitados dos produtores que não pertencem à Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) no aumento da oferta de crude, uma tendência que deverá manter-se nos cinco próximos anos.
Para o futuro, a AIE, que reúne os principais países consumidores de energia membros da OCDE, calcula que a procura mundial de crude aumentará a um ritmo médio de 1,6 por cento entre 2008 e 2013, o que significa que este último ano vai situar-se nos 94,14 milhões de barris por dia.
Cerca de 90 por cento deste aumento virá de três regiões - Ásia, Médio Oriente e América do Sul - e são a China e a Índia representam quase a metade. Por seu lado o consumo dos países desenvolvidos vai manter-se praticamente inalterado.
A divergência na evolução de uns e outros países acabará por traduzir-se no horizonte de 2015, num consumo total de crude nos países emergentes praticamente a par das "economias maduras".
Os autores do estudo sublinham que os biocombustíveis manterão um crescimento significativo e passarão do equivalente de 1,35 milhões de barris diários este ano para 1,95 milhões em 2013.
Esta frase As causas da escalada dos preços estão na margem estreita que há entre a oferta e a procura, nas limitações das capacidades de refinação e num consumo particularmente forte de um número reduzido de derivados do petróleo, em particular dos destilados médios diz tudo sobre a realidade do problema. O petróleo é um recurso finito, muito versátil, útil e raro na natureza. A extracção é cara e cada vez mais difícil. Quanto mais as economias crescem maior é a dependência em relação a ele. Milagres não há!
Só uma redução drástica no seu consumo poderá inverter a tendência suicida da economia mundial.
China e Índia pressionam mercado energético
Petróleo: agência de energia revê procura em baixa e mantém instabilidade de preços
01.07.2008 - 15h12
Por Lusa
A Agência Internacional da Energia (AIE) reviu hoje em baixa as expectativas relativas à procura mundial de petróleo nos próximos cinco anos, mas avisou que tal não vai impedir que o mercado se mantenha sob tensão.
Na sua informação anual de previsões de médio prazo, a AIE prevê que o abrandamento da economia causará um menor crescimento do que esperado tanto para este ano como para o próximo, e que tal coincidirá com um leve aumento das capacidades de extracção de crude, que variará entre os 1,5 e os 2,5 milhões de barris diários até 2010.
No entanto, a AIE prevê uma nova diminuição deste volume a partir de 2010, que se situará em valores mínimos inferiores a um milhão de barris diários de crescimento em cada um dos anos seguintes, precisamente quando se espera uma nova aceleração do consumo.
Consequência do anterior, a margem excedentária de produção aumentará até o tecto de 4,2 milhões de barris diários em 2009 antes de baixar para níveis mínimos, por volta de um milhão de barris, se não forem postos em marcha projectos de exploração adicional.
A AIE sublinha que os preços elevados do petróleo se justificam pelas condições fundamentais do mercado e refuta o argumento de quem pretende explica-los por movimentos especulativos.
A especulação - argumentam os autores do estudo - pode pesar na cotação pontual do crude, mas não se pode manter durante um largo período de tempo sem a existência de "evidentes desequilíbrios", e a avaliação actual das reservas físicas prova que não tem havido uma acumulação de reservas com fins especulativos.
As causas da escalada dos preços estão na margem estreita que há entre a oferta e a procura, nas limitações das capacidades de refinação e num consumo particularmente forte de um número reduzido de derivados do petróleo, em particular dos destilados médios.
A AIE afirma ainda que a evolução dos preços tem em boa parte a ver com os resultados limitados dos produtores que não pertencem à Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) no aumento da oferta de crude, uma tendência que deverá manter-se nos cinco próximos anos.
Para o futuro, a AIE, que reúne os principais países consumidores de energia membros da OCDE, calcula que a procura mundial de crude aumentará a um ritmo médio de 1,6 por cento entre 2008 e 2013, o que significa que este último ano vai situar-se nos 94,14 milhões de barris por dia.
Cerca de 90 por cento deste aumento virá de três regiões - Ásia, Médio Oriente e América do Sul - e são a China e a Índia representam quase a metade. Por seu lado o consumo dos países desenvolvidos vai manter-se praticamente inalterado.
A divergência na evolução de uns e outros países acabará por traduzir-se no horizonte de 2015, num consumo total de crude nos países emergentes praticamente a par das "economias maduras".
Os autores do estudo sublinham que os biocombustíveis manterão um crescimento significativo e passarão do equivalente de 1,35 milhões de barris diários este ano para 1,95 milhões em 2013.
Esta frase As causas da escalada dos preços estão na margem estreita que há entre a oferta e a procura, nas limitações das capacidades de refinação e num consumo particularmente forte de um número reduzido de derivados do petróleo, em particular dos destilados médios diz tudo sobre a realidade do problema. O petróleo é um recurso finito, muito versátil, útil e raro na natureza. A extracção é cara e cada vez mais difícil. Quanto mais as economias crescem maior é a dependência em relação a ele. Milagres não há!
Só uma redução drástica no seu consumo poderá inverter a tendência suicida da economia mundial.
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Upa, upa e não pára!
O "ouro negro" continua a bater recordes de preço. Os motivos são múltiplos e a preocupação é grande. Segundo uma notícia do diário económico:
Em Londres e Nova Iorque Petróleo bate novos recordes acima dos 142 dólares
Mafalda Aguilar
Os preços do petróleo continuam imparáveis, tendo atingido novos recordes nos mercados internacionais, acima dos 142 dólares, devido à desvalorização da moeda norte-americana.
Às 13h06, o barril de Brent (petróleo de referência na Europa) para entrega em Agosto era transaccionado no ICE de Londres a subir 1,12 dólares para so 140,95 dólares, depois de ter sido já negociado num novo recorde nos 142,13 dólares.
À mesma hora, o contrato de Agosto do barril de West Texas Intermediate (petróleo de referência nos EUA) era negociado no NYMEX de Nova Iorque a subir 1,93 dólares para os 141,57 dólares, tendo marcado um novo máximo de sempre nos 142,26 dólares.
Segundo afirmou à Bloomberg um especialista, a subida dos preços "é uma combinação do mau comportamento dos mercados acconistas, bem como a incorporação do risco sobre o que o BCE vai fazer na próxima semana [em termos das taxas de juro]"
A escalada do 'ouro negro' começou ontem, com os investidores a comprarem matérias-primas como protecção contra o dólar fraco, e depois de a Líbia ter ameaçado cortar a produção e o presidente da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) ter afirmado que os preços da matéria-prima poderão chegar aos 170 dólares durante o Verão.
As cotações do petróleo valorizaram quase 50% este ano e muitos bancos e a OPEP prevêem mais ganhos.
Os especialistas explicam que a depreciação do dólar face ao euro está a levar os investidores a apostarem em matérias-primas, como o petróleo e o ouro, matérias-primas usadas habitualmente usadas como protecção contra a inflação.
Se o Trichet mandar subir a taxa de juro de referência do Euro de 4 para 4,25% na próxima semana, o petróleo rapidamente chegará e ultrapassará os 150 dólares por barril...
Isto é um ciclo infernal que irá levar ao colapso da economia mundial e os mais fracos estão na linha da frente. Um só recurso energético tem capacidade para abalar toda a economia mundial. O ano de 2009 vai ser bem difícil para as economias mundiais que não encontram forma de estancar os efeitos especulativos sobre os preços das matérias primas em geral. Isto corrompe por completo o funcionamento livre dos mercados. Será legitima a intervenção concertada dos estados para acalmar os ânimos mais exaltados dos investidores e especuladores?
Existem muito perigos à espreita. Desde já o aparecimento de novos conflitos, a intensificação das guerras em curso e um enorme número de problemas relacionado com as populações afectadas. Estará a Europa a salvo disto? Penso que não. A começar pela má cooperação o poder financeiro e o poder político, isto porque muitas vezes o poder político está refém do financeiro, veja-se o triste exemplo de Portugal.
Em Londres e Nova Iorque Petróleo bate novos recordes acima dos 142 dólares
Mafalda Aguilar
Os preços do petróleo continuam imparáveis, tendo atingido novos recordes nos mercados internacionais, acima dos 142 dólares, devido à desvalorização da moeda norte-americana.
Às 13h06, o barril de Brent (petróleo de referência na Europa) para entrega em Agosto era transaccionado no ICE de Londres a subir 1,12 dólares para so 140,95 dólares, depois de ter sido já negociado num novo recorde nos 142,13 dólares.
À mesma hora, o contrato de Agosto do barril de West Texas Intermediate (petróleo de referência nos EUA) era negociado no NYMEX de Nova Iorque a subir 1,93 dólares para os 141,57 dólares, tendo marcado um novo máximo de sempre nos 142,26 dólares.
Segundo afirmou à Bloomberg um especialista, a subida dos preços "é uma combinação do mau comportamento dos mercados acconistas, bem como a incorporação do risco sobre o que o BCE vai fazer na próxima semana [em termos das taxas de juro]"
A escalada do 'ouro negro' começou ontem, com os investidores a comprarem matérias-primas como protecção contra o dólar fraco, e depois de a Líbia ter ameaçado cortar a produção e o presidente da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) ter afirmado que os preços da matéria-prima poderão chegar aos 170 dólares durante o Verão.
As cotações do petróleo valorizaram quase 50% este ano e muitos bancos e a OPEP prevêem mais ganhos.
Os especialistas explicam que a depreciação do dólar face ao euro está a levar os investidores a apostarem em matérias-primas, como o petróleo e o ouro, matérias-primas usadas habitualmente usadas como protecção contra a inflação.
Se o Trichet mandar subir a taxa de juro de referência do Euro de 4 para 4,25% na próxima semana, o petróleo rapidamente chegará e ultrapassará os 150 dólares por barril...
Isto é um ciclo infernal que irá levar ao colapso da economia mundial e os mais fracos estão na linha da frente. Um só recurso energético tem capacidade para abalar toda a economia mundial. O ano de 2009 vai ser bem difícil para as economias mundiais que não encontram forma de estancar os efeitos especulativos sobre os preços das matérias primas em geral. Isto corrompe por completo o funcionamento livre dos mercados. Será legitima a intervenção concertada dos estados para acalmar os ânimos mais exaltados dos investidores e especuladores?
Existem muito perigos à espreita. Desde já o aparecimento de novos conflitos, a intensificação das guerras em curso e um enorme número de problemas relacionado com as populações afectadas. Estará a Europa a salvo disto? Penso que não. A começar pela má cooperação o poder financeiro e o poder político, isto porque muitas vezes o poder político está refém do financeiro, veja-se o triste exemplo de Portugal.
Novo aeroporto: venha o bom senso!
Segundo uma notícia do jornal Público:
Por Luísa Pinto e Rui Gaudêncio
Especialistas em transportes recomendam "prudência" face a novo aeroporto
Aeroporto de Alcochete deve ser feito de forma faseada, insistem técnicos
Já era uma área em que as previsões eram de difícil certeza, mas com a crise dos combustível, as perspectivas de crescimento do transporte aéreo ficaram ainda mais baralhadas. "Flexibilidade" na resposta, é o que recomendam os peritos.
A actual crise do aumento dos combustíveis irá, inevitavelmente, trazer profundas alterações à indústria da aeronáutica, por isso, recomenda a prudência, que quem tiver a responsabilidade de planear novos aeroportos o faça de uma maneira flexível, e modular, que permita dar resposta às necessidades futuras.
Por palavras diferentes, e em momentos de intervenção diferentes, vários especialistas em transportes demonstraram hoje, num seminário organizado pelo MIT-Portugal na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), uma grande proximidade de ideias. Entre eles, José Manuel Viegas, do Instituto Superior Técnico, Álvaro Costa, da FEUP, e Richard Neufville, do MIT- Massachussets Institute of Technology.
Tratam-se de peritos que estiveram de alguma forma envolvidos na discussão do projecto do novo aeroporto de Lisboa. Os dois primeiros, na discussão da localização: com Viegas a defender, num estudo da Confederação da Industria Portuguesa, a opção Alcochete; e Álvaro Costa a defender, num estudo da Associação Comercial do Porto, a opção Portela +1 1, sendo o “mais um” uma solução na margem sul. Richard Neufville teve também intervenção na discussão, mas numa fase posteriori, e já como consultor do Asterion, o consórcio que agrega as principais empresas nacionais na corrida à construção do aeroporto de Lisboa e à privatização da ANA.
O crescente preço dos combustíveis já está a ter reflexos nas taxas de crescimento da indústria aeronáutica e na procura dos aeroportos. Kenneth Button, professor da Universidade George Mason e um reputado especialista em sistema de transportes aéreos, também presente no seminário do MIT-Portugal, contabilizou em quatro por cento as actuais quebras de consumo na indústria da aviação civil.
“A economia funciona assim em todo o lado. Aumento os preços, há ajustes nos comportamentos. A quebra da procura é inevitável”, teoriza José Manuel Viegas, acrescentando que, apesar de as taxas de crescimento do transporte aéreo não virem a ser as que foram previstas – “previsões essas que chegaram ao impensável número de 40 milhões de passageiros em Lisboa, uma completa utopia”, reafirma” – continua a ser importante construir um novo aeroporto em Lisboa. “A Portela não aguenta mais, porque tem erros brutais. E para resolver esses erros, é preciso ter uma nova infra-estrutura que a substitua, e que possa crescer consoante as necessidades”, defendeu.
Um dos pontos mais trabalhados no estudo desenvolvido por Álvaro Costa prendeu-se com a falibilidade das previsões de tráfego, dizendo o perito em transportes que, no actual momento, é difícil antever como vai evoluir a indústria da aviação civil e mesmo o actual domínio das low-cost. O próprio conceito do que é uma companhia área low-cost merece estudo, como aquele que está a ser desenvolvido para a Comissão Europeia e que, segundo Rosário Macário, do IST, já identificou “sete tipos de conceitos low-cost” que estão actualmente a ser desenvolvidos pelas companhias aéreas.
“Mudança de paradigma”
Na guerra pela sobrevivência que tomou conta das companhias aéreas – quer das companhias low cost, que tiveram aparições fulgurantes, mas que sucumbindo face às mais competitivas, quer das companhias de bandeira tradicionais – Richard Neufville recomenda uma mudança de paradigma. “Tudo o que aprendemos no século XX é para esquecer. Já não interessa as coisas muito desenvolvidas tecnologicamente, ou muito bonitas e luxuosas. Interessam as coisas funcionais, e das quais se possa retirar uma maior rentabilidade e um maior rácio custo/proveito”, afirmou.
E citando vário exemplos internacionais, demonstrou quão mais eficaz poderá ser uma estrutura simples e flexível, que permita dar resposta às necessidades que venham a ser sentidas. Os três grandes desafios do futuro são, para Neufville, pensar em instalações de design flexível, em aumentar as capacidades das pistas, e em reduzir os custos de construção dos terminais. “Em cada um destes três aspectos dever-se-á reduzir os custos em cerca de 25 por cento”, defendeu.
Neufville não se quis comprometer sobre se será essa a recomendação que vai dar ao consorcio português que já se posicionou na corrida á construção e exploração do novo aeroporto, e se lhes sublinhará a vantagem de construir apenas uma pista, e só construir a segunda quando para tal houver necessidade. Noutro momento do encontro, José Manuel Viegas garante que sim, que o modelo de negocio do novo aeroporto é compatível com uma construção faseada e modular – “os privados são os primeiros a não quererem construir elefantes brancos”.
Richard Neufville relembra que, antes da discussão do lay-out do novo aeroporto de Lisboa, sobre quantas pistas e em que orientação devem ser desenhadas, há questões de "suma importância" a resolver: "é preciso definir a forma como vai ser estabelecida a relação entre a autoridade [o Estado, e a ANA] e o privado", lembrou Neufville, acrescentando que saber o que vai ser privatizado e como é que vai ser feita a regulação é de "suma importância".
Neufville não quis dizer qual defende ser a melhor solução para o sistema aeroportuário nacional, e de que forma deve ser feita a entrada dos privados. Limitou-se a lembrar que "há muitos exemplos de países que têm dificuldades por causa de terem vários aeroportyos a competirem entre si", mas também "há exemplos do contrário". "São decisões muito importantes aquelas que têm de ser tomadas", insistiu, recusando-se a dar a sua opinião.
Menos dúvidas têm Alvaro Costa e José Manuel Viegas. Ambos defendem que o provado que construir o aeroporto de Lisboa deve ficar exclusivamente com a sua exploração. José Manuel Viegas diz que "a concorrencia entre aeroportos é saudavel" e que tal como em outros sistemas de transporte, o Estado pode vir a ser "obrigado" a suprir algumas necessidades nos aeroportos deficitários: "mas é melhor que esses apoios/subsidios sejam dados por cima da mesa, às claras", defendeu.
Álvaro Costa subscreve a opinião, acrescentando que, "pior do que um monopólio público, só mesmo um monopólio privado".
O Governo ficou de definir, até ao final deste mês, qual vai ser o perímetro de privatização da ANA, para posteriormente apresentar o modelo de negócio em que vai assentar a construção do novo aeroporto de Lisboa.
Recorde-se que ministros das finanças e obras públicas apresentaram, há já mais de dois anos, um modelo de transacção que entregava aos privados a maiordia do capital da ANA, numa percentagem ainda a definir. Depois, surgiu a possibilidade de a gestão do aeroporto Sá Carneiro também poder ser privatizada. A Junta Metropolitana do Porto mandou estudar a questão e, do lado dos privados, também a Soares da Costa e Sonae estão a estudar em conjunto uma proposta a entregar ao Governo
Estas opiniões estão correctas e ainda bem que os especialistas na matéria as anunciam. Agora falta o papel fundamental do governo: ouvir estes especialistas e executar os projectos tendo em mente que o crescimento vertiginoso do transporte aéreo é assunto do passado e não voltará a repetir-se na história!
É urgente a adaptação das nossas vidas ao "peak oil" - "The term Peak Oil refers to the maximum rate of the production of oil in any area under consideration, recognising that it is a finite natural resource, subject to depletion.",Colin Campbell
Por Luísa Pinto e Rui Gaudêncio
Especialistas em transportes recomendam "prudência" face a novo aeroporto
Aeroporto de Alcochete deve ser feito de forma faseada, insistem técnicos
Já era uma área em que as previsões eram de difícil certeza, mas com a crise dos combustível, as perspectivas de crescimento do transporte aéreo ficaram ainda mais baralhadas. "Flexibilidade" na resposta, é o que recomendam os peritos.
A actual crise do aumento dos combustíveis irá, inevitavelmente, trazer profundas alterações à indústria da aeronáutica, por isso, recomenda a prudência, que quem tiver a responsabilidade de planear novos aeroportos o faça de uma maneira flexível, e modular, que permita dar resposta às necessidades futuras.
Por palavras diferentes, e em momentos de intervenção diferentes, vários especialistas em transportes demonstraram hoje, num seminário organizado pelo MIT-Portugal na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), uma grande proximidade de ideias. Entre eles, José Manuel Viegas, do Instituto Superior Técnico, Álvaro Costa, da FEUP, e Richard Neufville, do MIT- Massachussets Institute of Technology.
Tratam-se de peritos que estiveram de alguma forma envolvidos na discussão do projecto do novo aeroporto de Lisboa. Os dois primeiros, na discussão da localização: com Viegas a defender, num estudo da Confederação da Industria Portuguesa, a opção Alcochete; e Álvaro Costa a defender, num estudo da Associação Comercial do Porto, a opção Portela +1 1, sendo o “mais um” uma solução na margem sul. Richard Neufville teve também intervenção na discussão, mas numa fase posteriori, e já como consultor do Asterion, o consórcio que agrega as principais empresas nacionais na corrida à construção do aeroporto de Lisboa e à privatização da ANA.
O crescente preço dos combustíveis já está a ter reflexos nas taxas de crescimento da indústria aeronáutica e na procura dos aeroportos. Kenneth Button, professor da Universidade George Mason e um reputado especialista em sistema de transportes aéreos, também presente no seminário do MIT-Portugal, contabilizou em quatro por cento as actuais quebras de consumo na indústria da aviação civil.
“A economia funciona assim em todo o lado. Aumento os preços, há ajustes nos comportamentos. A quebra da procura é inevitável”, teoriza José Manuel Viegas, acrescentando que, apesar de as taxas de crescimento do transporte aéreo não virem a ser as que foram previstas – “previsões essas que chegaram ao impensável número de 40 milhões de passageiros em Lisboa, uma completa utopia”, reafirma” – continua a ser importante construir um novo aeroporto em Lisboa. “A Portela não aguenta mais, porque tem erros brutais. E para resolver esses erros, é preciso ter uma nova infra-estrutura que a substitua, e que possa crescer consoante as necessidades”, defendeu.
Um dos pontos mais trabalhados no estudo desenvolvido por Álvaro Costa prendeu-se com a falibilidade das previsões de tráfego, dizendo o perito em transportes que, no actual momento, é difícil antever como vai evoluir a indústria da aviação civil e mesmo o actual domínio das low-cost. O próprio conceito do que é uma companhia área low-cost merece estudo, como aquele que está a ser desenvolvido para a Comissão Europeia e que, segundo Rosário Macário, do IST, já identificou “sete tipos de conceitos low-cost” que estão actualmente a ser desenvolvidos pelas companhias aéreas.
“Mudança de paradigma”
Na guerra pela sobrevivência que tomou conta das companhias aéreas – quer das companhias low cost, que tiveram aparições fulgurantes, mas que sucumbindo face às mais competitivas, quer das companhias de bandeira tradicionais – Richard Neufville recomenda uma mudança de paradigma. “Tudo o que aprendemos no século XX é para esquecer. Já não interessa as coisas muito desenvolvidas tecnologicamente, ou muito bonitas e luxuosas. Interessam as coisas funcionais, e das quais se possa retirar uma maior rentabilidade e um maior rácio custo/proveito”, afirmou.
E citando vário exemplos internacionais, demonstrou quão mais eficaz poderá ser uma estrutura simples e flexível, que permita dar resposta às necessidades que venham a ser sentidas. Os três grandes desafios do futuro são, para Neufville, pensar em instalações de design flexível, em aumentar as capacidades das pistas, e em reduzir os custos de construção dos terminais. “Em cada um destes três aspectos dever-se-á reduzir os custos em cerca de 25 por cento”, defendeu.
Neufville não se quis comprometer sobre se será essa a recomendação que vai dar ao consorcio português que já se posicionou na corrida á construção e exploração do novo aeroporto, e se lhes sublinhará a vantagem de construir apenas uma pista, e só construir a segunda quando para tal houver necessidade. Noutro momento do encontro, José Manuel Viegas garante que sim, que o modelo de negocio do novo aeroporto é compatível com uma construção faseada e modular – “os privados são os primeiros a não quererem construir elefantes brancos”.
Richard Neufville relembra que, antes da discussão do lay-out do novo aeroporto de Lisboa, sobre quantas pistas e em que orientação devem ser desenhadas, há questões de "suma importância" a resolver: "é preciso definir a forma como vai ser estabelecida a relação entre a autoridade [o Estado, e a ANA] e o privado", lembrou Neufville, acrescentando que saber o que vai ser privatizado e como é que vai ser feita a regulação é de "suma importância".
Neufville não quis dizer qual defende ser a melhor solução para o sistema aeroportuário nacional, e de que forma deve ser feita a entrada dos privados. Limitou-se a lembrar que "há muitos exemplos de países que têm dificuldades por causa de terem vários aeroportyos a competirem entre si", mas também "há exemplos do contrário". "São decisões muito importantes aquelas que têm de ser tomadas", insistiu, recusando-se a dar a sua opinião.
Menos dúvidas têm Alvaro Costa e José Manuel Viegas. Ambos defendem que o provado que construir o aeroporto de Lisboa deve ficar exclusivamente com a sua exploração. José Manuel Viegas diz que "a concorrencia entre aeroportos é saudavel" e que tal como em outros sistemas de transporte, o Estado pode vir a ser "obrigado" a suprir algumas necessidades nos aeroportos deficitários: "mas é melhor que esses apoios/subsidios sejam dados por cima da mesa, às claras", defendeu.
Álvaro Costa subscreve a opinião, acrescentando que, "pior do que um monopólio público, só mesmo um monopólio privado".
O Governo ficou de definir, até ao final deste mês, qual vai ser o perímetro de privatização da ANA, para posteriormente apresentar o modelo de negócio em que vai assentar a construção do novo aeroporto de Lisboa.
Recorde-se que ministros das finanças e obras públicas apresentaram, há já mais de dois anos, um modelo de transacção que entregava aos privados a maiordia do capital da ANA, numa percentagem ainda a definir. Depois, surgiu a possibilidade de a gestão do aeroporto Sá Carneiro também poder ser privatizada. A Junta Metropolitana do Porto mandou estudar a questão e, do lado dos privados, também a Soares da Costa e Sonae estão a estudar em conjunto uma proposta a entregar ao Governo
Estas opiniões estão correctas e ainda bem que os especialistas na matéria as anunciam. Agora falta o papel fundamental do governo: ouvir estes especialistas e executar os projectos tendo em mente que o crescimento vertiginoso do transporte aéreo é assunto do passado e não voltará a repetir-se na história!
É urgente a adaptação das nossas vidas ao "peak oil" - "The term Peak Oil refers to the maximum rate of the production of oil in any area under consideration, recognising that it is a finite natural resource, subject to depletion.",Colin Campbell
quinta-feira, 26 de junho de 2008
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Mais notícias sobre a crise energética
Segundo o Diário Económico:
"Deutsche Bank avisa que petróleo a 200 dólares irá destruir o sistema económico global
O maior banco alemão alertou hoje para o facto da Economia mundial ficar em risco de colapso, caso o preço do petróleo atinja os 200 dólares por barril nos mercados internacionais.
Pedro Duarte
Segundo afirmou em entrevista à Bloomber o principal analista do Deutsche Bank para a Energia, Adam Sieminski, "petróleo a 200 dólares irá quebrar a espinha da economia global (...) a seguir aos 200 dólares, o próximo passo seria uma recessão à escala mundial e más notícias para toda a gente".
Estes comentários de Sieminski surgem depois do Goldman Sachs ter previsto que os preços do petróleo poderão subir para valores entre os 150 e 200 dólares por barril no espaço de dois anos, uma vez que o crescimento dos fornecimentos, em particular dos produtores exteriores à Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), não está a conseguir acompanhar a procura.A Rússia, que é a maior exportadora de petróleo do mundo a seguir à Arábia Saudita, enfrenta este ano a primeira quebra da sua produção nos últimos dez anos, uma vez que em Maio a sua produção recuou 0,9% para os 9,76 milhões de barris por dia.
"O crescimento [da produção petrolífera russa] recuou em termos homólogos, e isto está relacionado com as políticas implementadas no ano passado para aumentar os impostos sobre a indústria petrolífera (...) isto dificultou a entrada de capital estrangeiro", notou Sieminski."
O recuo na produção petrolífera na Rússia poderá ser devido ao efeito do "peak oil". Este efeito é negligenciado por muito analistas dos mercados mundiais. Existem opiniões que negam a existência deste fenómeno nos tempos mais próximos. O que é certo é que os preços da nossa fonte de energia principal continua a subir e a esmagar os nossos orçamentos. Vamos continuar a apostar na construção de grandes infraestruturas sustentadas pelo consumo elevado de hidrocarbonetos? Fará sentido ter tantas auto-estradas e grandes aeroportos daqui a 10 ou 20 anos?
"Deutsche Bank avisa que petróleo a 200 dólares irá destruir o sistema económico global
O maior banco alemão alertou hoje para o facto da Economia mundial ficar em risco de colapso, caso o preço do petróleo atinja os 200 dólares por barril nos mercados internacionais.
Pedro Duarte
Segundo afirmou em entrevista à Bloomber o principal analista do Deutsche Bank para a Energia, Adam Sieminski, "petróleo a 200 dólares irá quebrar a espinha da economia global (...) a seguir aos 200 dólares, o próximo passo seria uma recessão à escala mundial e más notícias para toda a gente".
Estes comentários de Sieminski surgem depois do Goldman Sachs ter previsto que os preços do petróleo poderão subir para valores entre os 150 e 200 dólares por barril no espaço de dois anos, uma vez que o crescimento dos fornecimentos, em particular dos produtores exteriores à Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), não está a conseguir acompanhar a procura.A Rússia, que é a maior exportadora de petróleo do mundo a seguir à Arábia Saudita, enfrenta este ano a primeira quebra da sua produção nos últimos dez anos, uma vez que em Maio a sua produção recuou 0,9% para os 9,76 milhões de barris por dia.
"O crescimento [da produção petrolífera russa] recuou em termos homólogos, e isto está relacionado com as políticas implementadas no ano passado para aumentar os impostos sobre a indústria petrolífera (...) isto dificultou a entrada de capital estrangeiro", notou Sieminski."
O recuo na produção petrolífera na Rússia poderá ser devido ao efeito do "peak oil". Este efeito é negligenciado por muito analistas dos mercados mundiais. Existem opiniões que negam a existência deste fenómeno nos tempos mais próximos. O que é certo é que os preços da nossa fonte de energia principal continua a subir e a esmagar os nossos orçamentos. Vamos continuar a apostar na construção de grandes infraestruturas sustentadas pelo consumo elevado de hidrocarbonetos? Fará sentido ter tantas auto-estradas e grandes aeroportos daqui a 10 ou 20 anos?
Sinais de crise
A ser verdade esta notícia hoje divulgada no jornal Público...
"Corte de 3,8 milhões afecta todos os departamentos
Universidade de Aveiro vai usar dinheiro da investigação para subsídios de férias
25.06.2008 - 09h03 PÚBLICO
A Universidade de Aveiro está a anunciar em reuniões de departamentos que vai utilizar dinheiro destinado à investigação para pagar os subsídios de férias de funcionários e professores, segundo a TSF.
Estão em causa 3,8 milhões de euros, segundo aquela rádio, dizendo que a informação foi confirmada por várias fontes daquele estabelecimento.
O corte nas verbas para investigação afectará todos os departamentos, na sequência de uma deliberação da Secção de Gestão e Planeamento do Senado da universidade.
O ministro da Ciência e Ensino Superior, Mariano Gago, já fez saber que Aveiro não está no grupo das quatro universidades que vão receber verbas suplementares, por conseguir verbas devido ao trabalho científico que desenvolve e que é financiado por instituições externas.
A reitoria da Universidade de Aveiro negou à TSF a existência de reuniões em que foi comunicada esta decisão, mas várias outras fontes confirmam-nas."
... significa que Portugal está a morrer aos poucos. Vai faltando dinheiro aqui e ali, a dificuldade em pagar ordenados é cada vez maior. Quando a malta perceber o que se passa por detrás da cortina do futebol e das telenovelas já vai ser tarde demais.
A crise é mais profunda e está a fragmentar este pequeno país. Talvez isto seja o fim de um ciclo de prosperidade alimentado pelos dinheiros da União Europeia. Para continuar precisamos de exportar a nossa qualidade e deixar de viver da qualidade dos outros.
Estou desiludido com a classe política. É fraca e nunca percebeu (ou não quis perceber) quais são os domínios em que o país deve apostar.
Estamos ricos em auto-estradas (temos duas destas vias paralelas entre Lisboa e Porto), estamos cheios de estádios de futebol, temos o "ALLGARVE", os "greens", os hotéis e "resorts" de luxo, os casinos, os grandes centros comerciais (o maior da península está a nascer em Portugal!) e até temos um dos maiores parques automóveis da Europa! Querem melhor do que isto?
domingo, 15 de junho de 2008
Rolamento
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