terça-feira, 16 de setembro de 2008

Regresso das cidades à rotina

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Multiplicam-se as iniciativas individuais e colectivas em prol de cidades com um estilo de vida mais agradável, através da utilização da bicicleta como veículo de transporte entre casa e o trabalho.
A Grande Lisboa, no que se refere à mobilidade dos seus cidadãos, é uma cidade caótica onde o veículo automóvel particular domina em absoluto as ruas, as avenidas e as praças. Apesar dos bonitos discursos dos nossos governantes tudo continua na mesma no que refere à melhoria da saúde das nossas vias urbanas.
Com o início de mais um ano lectivo os grandes engarrafamentos voltaram a aparecer um pouco por todo o lado nas suas mais variadas escalas, desde os grandes nós das auto-estradas até à rua do pequeno bairro. Mais um período de grandes movimentações pendulares se iniciou e os habitantes da região urbana de Lisboa lá se vão aguentado neste sacrifício de perder horas a fio enfiado num veículo num engarrafamento qualquer.
Mas a opção pelo transporte individual tornou-se nas últimas décadas essencial para a vida das pessoas. Estando a rede de transportes públicos mal dimensionada, estando o espaço público muito degradado é natural que a opção do “sofá individual com rodas” seja a preferida pela grande maioria dos cidadãos. Perante isto, como numa espiral sem fim, o investimento público na Grande Lisboa tem sido praticamente todo canalizado para a construção de novas vias, viadutos e túneis para o automóvel. Mas estas novas estruturas têm servido para atrair cada vez mais automóveis para os centros de actividade mais importantes, criando novos nós de engarrafamento.
De quando em quando lá surge um responsável a dizer que é preciso inverter urgentemente esta situação. Só palavras, digo! Faltam os actos. É preciso diminuir o número de faixas destinadas ao trânsito de veículos privados, é preciso alargar passeios, enfim, precisamos de ruas onde os transportes públicos eléctricos convivam com os peões, ciclistas e pessoas de mobilidade reduzida!
Lisboa precisa de uma boa rede de eléctricos de superfície que complemente eficazmente a minúscula e caríssima rede de metropolitano. A implementação deste tipo de transporte com a concomitante redução das vias de circulação automóvel daria outra vida à rua. Poderiam os passeios ser alargados, mais árvores seriam plantadas e a cidade ganharia outra cor.
Assiste-se na região de Lisboa ao nascimento de vários movimentos a favor da bicicleta como meio privilegiado de transporte. Os cidadãos estão a antecipar-se ao poder político e executivo. Ainda bem! Estes movimentos merecem toda a consideração e espero que triunfem na libertação da cidade do caos automobilístico. Oxalá chegue bem depressa o dia em que qualquer cidadão, independentemente do seu estado físico, possa ter a mobilidade a que tem direito numa cidade que deve ser para todos!

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