sexta-feira, 26 de setembro de 2008

"Peak oil" em imagens

Este é um filme muito bem concebido e resume aquilo que é um dos maiores desafios da humanidade para a primeira metade do século XXI:

Apocalipse financeiro mundial



Terá a política de guerra militar contribuído para esta terrível situação?
Caindo os Estados Unidos o resto do mundo irá atrás numa espiral sem fim à vista.
A era Bush ficará na história como uma mancha negra para a economia e vermelha de sangue para o elevado número de mortes causadas pelas guerras sem fim.
É urgente uma nova política mundial, porque a fome, a miséria e a destruição alastram a um ritmo infernal.
É possível recrear um novo mundo?

domingo, 21 de setembro de 2008

A transição entre o Verão e o Outono

Imenso Sul

Durante este Verão (que amanhã termina) a crista do Anticiclone dos Açores raramente esteve de "boa saúde". Resultado: o litoral oeste de Portugal Continental foi quase diariamente varrido pelo forte vento de norte (a conhecida nortada). Foram muitos os dias em que era difícil frequentar uma praia sem ter que resistir a esta força da natureza.
Nos últimos dias o Anticiclone dos Açores migrou para norte e estacionou sobre as ilhas britânicas. "Puxou" o ar quente oriundo do Norte de África e, consequentemente, chegaram os dias quentes (ausentes no mês de Agosto).
Entretanto o desenvolvimento de uma baixa pressão ao largo da Península Ibérica trouxe trovoada e aguaceiros fortes sobretudo para as terras do interior.
Este tempo instável denuncia a entrada do Outono. Antes da chegada do frio ainda serão comuns os dias chuvosos, húmidos e mornos. A história repete-se todos os anos com algumas cambiantes. Precisamos desta estabilidade do clima. Sem ela não podemos viver porque a nossa sociedade está inteiramente dependente da sucessão ritmada das estações do ano.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Portugal pertence aos "PIGS"

Segundo notícia publicada no "Finantial Times"

"Pigs in muck

Published: September 1 2008 03:00 | Last updated: September 1 2008 03:00

Exciting countries get exciting acronyms, at least in financial circles. Fast-growing Brazil, Russia, India and China, for example, are called Brics, the very initials implying solid growth. Other countries are less fortunate. Take Portugal, Italy, Greece and Spain, sometimes described as the Pigs. It is a pejorative moniker but one with much truth.

Eight years ago, Pigs really did fly. Their economies soared after joining the eurozone. Interest rates fell to historical lows - and were often negative in real terms. A credit boom followed, just as night follows day. Wages rose, debt levels ballooned, as did house prices and consumption. Now the Pigs are falling back to earth."

Parece que o nosso ministro Manuel Pinho está indignado com esta classificação...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Regresso das cidades à rotina

Photobucket

Multiplicam-se as iniciativas individuais e colectivas em prol de cidades com um estilo de vida mais agradável, através da utilização da bicicleta como veículo de transporte entre casa e o trabalho.
A Grande Lisboa, no que se refere à mobilidade dos seus cidadãos, é uma cidade caótica onde o veículo automóvel particular domina em absoluto as ruas, as avenidas e as praças. Apesar dos bonitos discursos dos nossos governantes tudo continua na mesma no que refere à melhoria da saúde das nossas vias urbanas.
Com o início de mais um ano lectivo os grandes engarrafamentos voltaram a aparecer um pouco por todo o lado nas suas mais variadas escalas, desde os grandes nós das auto-estradas até à rua do pequeno bairro. Mais um período de grandes movimentações pendulares se iniciou e os habitantes da região urbana de Lisboa lá se vão aguentado neste sacrifício de perder horas a fio enfiado num veículo num engarrafamento qualquer.
Mas a opção pelo transporte individual tornou-se nas últimas décadas essencial para a vida das pessoas. Estando a rede de transportes públicos mal dimensionada, estando o espaço público muito degradado é natural que a opção do “sofá individual com rodas” seja a preferida pela grande maioria dos cidadãos. Perante isto, como numa espiral sem fim, o investimento público na Grande Lisboa tem sido praticamente todo canalizado para a construção de novas vias, viadutos e túneis para o automóvel. Mas estas novas estruturas têm servido para atrair cada vez mais automóveis para os centros de actividade mais importantes, criando novos nós de engarrafamento.
De quando em quando lá surge um responsável a dizer que é preciso inverter urgentemente esta situação. Só palavras, digo! Faltam os actos. É preciso diminuir o número de faixas destinadas ao trânsito de veículos privados, é preciso alargar passeios, enfim, precisamos de ruas onde os transportes públicos eléctricos convivam com os peões, ciclistas e pessoas de mobilidade reduzida!
Lisboa precisa de uma boa rede de eléctricos de superfície que complemente eficazmente a minúscula e caríssima rede de metropolitano. A implementação deste tipo de transporte com a concomitante redução das vias de circulação automóvel daria outra vida à rua. Poderiam os passeios ser alargados, mais árvores seriam plantadas e a cidade ganharia outra cor.
Assiste-se na região de Lisboa ao nascimento de vários movimentos a favor da bicicleta como meio privilegiado de transporte. Os cidadãos estão a antecipar-se ao poder político e executivo. Ainda bem! Estes movimentos merecem toda a consideração e espero que triunfem na libertação da cidade do caos automobilístico. Oxalá chegue bem depressa o dia em que qualquer cidadão, independentemente do seu estado físico, possa ter a mobilidade a que tem direito numa cidade que deve ser para todos!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A crise financeira

Os mercados financeiros estão em convulsão. A recente declaração de falência de um grande banco norte-americano (Lehman Brothers) é apenas um reflexo da confusão instalada nas finanças mundiais.
Influenciada por esta crise o preço do petróleo está em queda há várias semanas e já atingiu valores claramente inferiores aos 100 dólares por barril. Por outro lado, as taxas de juro na zona euro, continuam a ter tendência para subir porque a crise de liquidez do mercado é grande.
São complexos os factores responsáveis por esta crise. É bem provável que o esforço de guerra exercido pelos Estados Unidos seja uma das várias causas para este caos financeiro. Agora é esperar que a tempestade financeira passe rezando para que atrás desta tempestade não se instale o caos económico.
Apesar de ser um leigo em relação a estes assuntos sinto que esta crise é o reflexo de uma economia mundial que vive praticamente só da especulação financeira. Os grandes investimentos mundiais estão todos virados para actividades não produtivas e não geradores de bem-estar social. O resultado está à vista.
Haverá democracia em sociedades especulativas?

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Petróleo e sociedade

Apesar de o preço do petróleo ter baixado nos mercados internacionais, mantém-se o problema de base relacionado com a escassez deste recurso num futuro muito próximo. Recentemente, as organizações não governamentais ODAC (Oil Depletion Analysis Center) e PCI (Post Carbon Institute) divulgaram mais um importante relatório acerca do pico de extracção de petróleo e suas implicações na nossa sociedade (ver em http://www.odac-info.org/sites/odac.postcarbon.org/files/Preparing_for_Peak_Oil.pdf).
Uma das primeiras páginas deste extenso relatório contém algumas frases emblemáticas acerca da importância deste problema:

“ Shell estimates that after 2015 supplies of easy-to-access oil and gas will no longer keep up with demand.”
Jeroen van de Veer, CEO of Shell, 22 January 2008
“ Underpinning the long-term price of oil is the fact that the world is
consuming over 30 billion barrels a year and replacing only a fraction of this with new discoveries.”
James W. Buckee, President and CEO of Talisman Energy Inc., 13 March 2007
“ We’re seeing the beginnings of a bidding war for Middle Eastern oil between east and west.”
Dave O’Reilly, CEO of Chevron, 15 February 2008
“ In the longer run, unless we take serious steps to prepare for the day that we can no longer increase production of conventional oil, we are faced with the possibility of a major economic shock – and the political unrest that would ensue.”
Dr. James Schlesinger, former US Energy Secretary, 16 November 2005
“ We should not cling to crude down to the last drop – we should leave oil before it leaves us. That means new approaches must be found soon....The really important thing is that even though we are not yet running out of oil, we are running out of time.”
Fatih Birol, Chief Economist, International Energy Agency, 2 March 2008
“The easy, cheap oil is over. Peak oil is looming.”
Shokri Ghanem, head of Libya’s National Oil Corporation, 8 June 2008


Este relatório começa por definir muito bem o que entende por "peak oil":

What is peak oil?
People often ask when the world’s oil is going to ‘run out’, but this is the wrong question. ‘Peak oil’ refers to the moment at which global oil production will reach its maximum level, and then go into sustained decline. This is expected to happen at the ‘midpoint of depletion’ – when roughly half the oil that will ever be produced has been consumed, and the other half is still underground. This is a pattern which has already been observed in over sixty of the world’s 98 oil producing countries. British oil production peaked in 1999 and daily output has already fallen by well over half. Britain became a net importer of oil in 2006.
Oil production in a given country tends to go into decline at about the halfway point because of falling pressure in the underground reservoirs, and because oil companies usually discover and exploit the largest oil fields first.
Most evidence suggests that this point is now rapidly approaching for the world as a whole.
(...)
Many forecasters expect global oil production to peak between now and 2020,and an increasing number expect peak oil to occur within the next five years.
The International Energy Agency has forecast a global oil supply “crunch” from 2012. Some analysts even believe the peak may already have happened, since global oil production has been essentially flat between early 2005 and mid 2008, despite the soaring oil price. The BP Statistical Energy Review stated oil production fell by 0.2% in 2007.
A report commissioned by the US Department of Energy entitled Peaking of World Oil Production: Impacts, Mitigation & Risk Management5 makes clear that there is little chance of mitigating the impact of peak oil unless a crash programme is instigated at least a decade before the event. This will require big changes to infrastructure, some of which must be delivered by governments,both national and local.



Qualquer debate sério sobre a crise energética deve ir além das académicas discussões puramente económicas. É urgente dar mais atenção ao aspecto dos recursos, desde a avaliação das reservas, passando pelas dificuldades de extracção e processamento, até à sua comercialização. Além dos fenómenos da especulação sobre os preços da energia, existe uma realidade do lado da extracção dos recursos totalmente desconhecida pela maioria dos cidadãos.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Outono fora da época

Parece que o Outono começou mais cedo este ano. O início de Setembro começou com um significativo decréscimo das temperaturas máximas e subida de algumas mínimas, principalmente no litoral. O interior da Península Ibérica arrefeceu, os ventos de norte na costa ocidental amainaram, as tardes tornaram-se subitamente mais amenas e no céu começaram a aparecer os primeiros grandes conjuntos de nuvens de várias altitudes e de cores múltiplas.
No fim desta primeira semana de Setembro chegam os efeitos de uma grande baixa pressão e superfícies frontais associadas.

Sinóptica 5 Setembro 2008

Assim começa mais um Outono, fora da época oficial.
Provavelmente, na segunda quinzena de Setembro, o tempo quente voltará e até poderemos vir a ter um Outono quente a contrastar com a Primavera e o Verão. Estarão as estações do ano a desaparecer para dar lugar a uma variabilidade atmosférica totalmente imprevisível sem estações definidas? Será isto uma das faces do tão falado "aquecimento global"?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Furacões

Por cá o Verão tem sido pouco quente. Todavia, no Atlântico tropical está em marcha o fenómeno de geração dos furacões que se dirigem para o mar das Caraíbas. O Gustav já passou mas vêm aí mais 3: Hanna, Ike e Josephine.

Furacões no Atlântico (Setembro 2008)


Todos os anos a história se repete. O grande problema é que a intensidade e frequência destes fenómenos meteorológicos tem tendência para aumentar.