sexta-feira, 27 de junho de 2008

Upa, upa e não pára!

O "ouro negro" continua a bater recordes de preço. Os motivos são múltiplos e a preocupação é grande. Segundo uma notícia do diário económico:

Em Londres e Nova Iorque Petróleo bate novos recordes acima dos 142 dólares
Mafalda Aguilar

Os preços do petróleo continuam imparáveis, tendo atingido novos recordes nos mercados internacionais, acima dos 142 dólares, devido à desvalorização da moeda norte-americana.

Às 13h06, o barril de Brent (petróleo de referência na Europa) para entrega em Agosto era transaccionado no ICE de Londres a subir 1,12 dólares para so 140,95 dólares, depois de ter sido já negociado num novo recorde nos 142,13 dólares.

À mesma hora, o contrato de Agosto do barril de West Texas Intermediate (petróleo de referência nos EUA) era negociado no NYMEX de Nova Iorque a subir 1,93 dólares para os 141,57 dólares, tendo marcado um novo máximo de sempre nos 142,26 dólares.

Segundo afirmou à Bloomberg um especialista, a subida dos preços "é uma combinação do mau comportamento dos mercados acconistas, bem como a incorporação do risco sobre o que o BCE vai fazer na próxima semana [em termos das taxas de juro]"

A escalada do 'ouro negro' começou ontem, com os investidores a comprarem matérias-primas como protecção contra o dólar fraco, e depois de a Líbia ter ameaçado cortar a produção e o presidente da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) ter afirmado que os preços da matéria-prima poderão chegar aos 170 dólares durante o Verão.

As cotações do petróleo valorizaram quase 50% este ano e muitos bancos e a OPEP prevêem mais ganhos.

Os especialistas explicam que a depreciação do dólar face ao euro está a levar os investidores a apostarem em matérias-primas, como o petróleo e o ouro, matérias-primas usadas habitualmente usadas como protecção contra a inflação.


Se o Trichet mandar subir a taxa de juro de referência do Euro de 4 para 4,25% na próxima semana, o petróleo rapidamente chegará e ultrapassará os 150 dólares por barril...
Isto é um ciclo infernal que irá levar ao colapso da economia mundial e os mais fracos estão na linha da frente. Um só recurso energético tem capacidade para abalar toda a economia mundial. O ano de 2009 vai ser bem difícil para as economias mundiais que não encontram forma de estancar os efeitos especulativos sobre os preços das matérias primas em geral. Isto corrompe por completo o funcionamento livre dos mercados. Será legitima a intervenção concertada dos estados para acalmar os ânimos mais exaltados dos investidores e especuladores?
Existem muito perigos à espreita. Desde já o aparecimento de novos conflitos, a intensificação das guerras em curso e um enorme número de problemas relacionado com as populações afectadas. Estará a Europa a salvo disto? Penso que não. A começar pela má cooperação o poder financeiro e o poder político, isto porque muitas vezes o poder político está refém do financeiro, veja-se o triste exemplo de Portugal.

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