Os dias passam e seria natural, com a aproximação do solstício de Junho, a instalação progressiva do tempo quente de Verão. Todavia, os últimos dias em Portugal Continental têm sido muito frescos e húmidos. A imagem de satélite de hoje, dia 22 de Maio, mostra a existência de uma grande baixa pressão, não muito cavada, que condiciona o estado do tempo em toda a Península Ibérica.
É visível na imagem uns gigantes mantos de nuvens que cobrem a parte setentrional da Península. Correspondem a grandes massas de nuvens de desenvolvimento vertical (tipo cumulo-nimbos) geradoras de grande instabilidade atmosférica (aguaceiros e trovoadas).
Mas como é imprevisível a ciência da atmosfera! O ano de 2007 poderá ser um dos mais quentes na Terra desde que há registos meteorológicos. Esta afirmação baseia-se em modelos meteorológicos e reflecte apenas uma probabilidade de um acontecimento. É apenas uma probabilidade e nada mais. Pode até acontecer que o próximo Verão seja muito “fresquinho” se o caprichoso Anticiclone dos Açores não desempenhar bem a sua função. Tenho na minha memória os dias frescos de Verão passados à beira mar na costa ocidental da Península Ibérica. Recordo-me bem dos dias fustigados por um incansável vento forte de norte que atirava os grãos de quartzo da areia fina sobre os corpos humanos desprotegidos.
Enquanto as notícias mais sensacionalistas vão dando relevo a um Estio quentíssimo, o mês de Maio, por estas bandas, mais parece um mês de Março…
É por este motivo que a ciência é interessante. É porque tem a ambição de explicar de uma forma simples fenómenos complexos e, aparentemente, incompreensíveis.
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