Preços altos da matéria prima compensam investimentos avultados. Nesta perspectiva a GALP está a investir fortemente na extracção de hidrocarbonetos através das concessões que tem espalhadas pelo mundo fora.
Segundo o "Público" de hoje:
"Galp tem 1500 milhões para petróleo no Brasil e em Angola
Por Ana Brito
Galp Energia vai investir 3300 milhões de euros
até 2012. A maior fatia vai para Sines, para a refinação
e distribuição
A Galp Energia anunciou ontem que irá investir nos próximos anos 1500 milhões de euros na exploração de petróleo nos blocos que detém no Brasil e em Angola. Um montante que representa quase um terço do volume total dos investimentos que a empresa tem planeados até 2012 (5300 milhões de euros).
No ano passado, a petrolífera portuguesa participou na maior descoberta de petróleo do mundo, no poço Tupi Sul, em águas ultraprofundas da bacia de Santos, Brasil. Neste poço, onde está em consórcio com a brasileira Petrobrás e a britânica BG Group (com 65 e 25 por cento, respectivamente), a Galp tem uma participação de dez por cento, ou o equivalente a 773 milhões de barris. Mas, até ontem, quando apresentou formalmente o plano de investimentos para o período 2008-2012, a petrolífera não tinha ainda divulgado quanto teria disponível para iniciar a exploração deste e de outros blocos.
Estes 1500 milhões de euros que a Galp vai investir nas actividades de exploração e produção destinam-se igualmente a financiar outros projectos em Portugal, Moçambique, Timor-Leste e Venezuela.
O presidente da empresa, Ferreira de Oliveira, afirmou ontem que o objectivo da Galp é satisfazer a longo prazo o consumo nacional de petróleo. "Esperamos, num horizonte não muito longo, atingir os 150 mil barris por dia, mas a nossa ambição é atingir os 300 mil diários, o que corresponde às necessidades do consumo nacional", afirmou Ferreira de Oliveira, citado pela Lusa. A Galp pretende ainda atingir uma produção entre os três e os seis mil milhões de metros cúbicos de gás natural, o que corresponde a entre 45 e 95 por cento do mercado de gás natural em Portugal.
A maior fatia dos investimentos anunciados (65 por cento ou 2600 milhões de euros) tem por destino as actividades de refinação e distribuição, com destaque para os mil milhões de euros que serão utilizados na modernização das refinarias do Porto e de Sines. Dentro dos planos está ainda o desenvolvimento de unidades de produção de biodiesel, revelou a Galp, que antecipa, com estes projectos, uma redução da factura das importações energéticas em cerca de 6,6 por cento, resultando em poupanças anuais de 520 milhões de euros. No total, a Galp espera investir cerca de 3300 milhões de euros em Portugal até 2012 e criar 7300 empregos directos e indirectos. Segundo Ferreira de Oliveira, a empresa prevê contribuir para um aumento anual de 0,4 por cento (ou 610 milhões de euros/ano) do crescimento económico português.
0,4%
Segundo Ferreira de Oliveira, os investimentos da Galp vão criar 7300 empregos e contribuir com 0,4 por cento para o PIB."
A corrida ao "ouro negro" não pára, apesar de os sinais de abrandamento da economia mundial serem muito evidentes. De facto, sendo o petróleo um recurso tão versátil, é natural que a procura mantenha um ritmo elevado mesmo com sinais de recessão económica.
Pelo que tenho lido sobre este assunto parece-me que estamos a deixar a era do petróleo barato. A própria OPEP diz que não quer aumentar a produção. A meu ver a OPEP está de mãos e pés atados porque já tem muitas zonas em declínio de produção. Estamos, por isso, a entrar numa fase em que as novas regiões produtivas não conseguem compensar o declínio das regiões antigas. O declínio da produção à escala mundial começará a fazer efeito quando os super-campos petrolíferos começarem a definhar a um ritmo elevado. Nessa altura o preço do crude dispará a um ritmo exponencial e a economia irá, para nosso mal, colapsar. Haverá um milagre?
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