Ao longo dos últimos cerca de 150 anos o uso intensivo dos combustíveis fósseis transformou completamente o aspecto dos nossos núcleos urbanos. Para além deste aspecto bem visível, existem os efeitos sobre o clima provocados pela libertação em grandes quantidades de dióxido de carbono e de outros gases, resultantes da queima destes combustíveis. Os efeitos destes gases sobre o clima são muito discutíveis e ainda não existe um consenso na comunidade científica acerca dos cenários climáticos futuros. Segundo uma corrente de opinião científica a actividade humana começou a alterar o clima há cerca de 8.000 a 10.000 anos atrás, com o aparecimento da agricultura. Graças a esta actividade foi evitado o começo de uma nova era glaciar que agora estaria no seu auge. Assim, se pode perceber, segundo esta interpretação, que a estabilidade climática actual é um fenómeno anómalo e só existe porque está a ser sustentada pela actividade humana. O problema é se uma tão elevada produção de gases indutores do efeito de estufa poderá, a breve trecho, desequilibrar irreversivelmente o clima da Terra. Nada se sabe ao certo. Todavia, os fenómenos climatéricos anómalos tendem cada vez a ser mais frequentes e extravagantes. Por exemplo, este Outono em Portugal tem sido excessivamente seco e quente e poderá ser uma destas manifestações anómalas. As folhas das árvores não mentem e anunciam um Verão tardio num Outono quente e seco que anuncia uma Primavera antecipada.
Lisboa, Jardim da Estrela (Novembro de 2007)
Lisboa, Jardim da Estrela (Novembro de 2007)
O Inverno virá mas se calhar de uma forma intensa e fugaz. Quando a Primavera chegar o tempo húmido predominará até ao Verão seguinte. Temos que nos adaptar às mudanças…
Ainda a propósito do clima há que referir a posição persistente de um anticiclone. Este centro de alta pressão tem estado nas últimas semanas centrado, ora a norte, ora a noroeste da Península Ibérica fazendo, simultaneamente, de barreira à passagem das superfícies frontais polares. A imagem em baixo mostra uma posição estranha deste anticiclone encostado a uma grande baixa pressão com o seu centro localizado sobre o sul da Suécia. Esta é uma previsão para sexta-feira, dia 9 de Novembro.
Devido à posição deste anticiclone o trajecto das baixas pressões polares tem sido feito à latitude do Mar do Norte. Dada a intensidade destas tempestades polares a produção de petróleo do Mar do Norte está a ser afectada o que está a contribuir para o aumento do preço do crude. Como a sede mundial por este líquido viscoso é enorme e dado que já não há possibilidade de aumentar mais a produção, porque a natureza geológica não o permite, é natural que os preços subam em flecha. Vamos, certamente, chegar ao fim do ano com preços muito acima dos 100 dólares por barril!
No meio de todas estas incertezas a única certeza que temos é a da escassez de recursos face ao seu consumo desenfreado.
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