quinta-feira, 31 de julho de 2008

Tempos futuros (reflexão)

Cumulus-nimbus

Vêm aí tempos agitados, fortes ventos políticos, económicos e ambientais. Vamos ter que saber nadar bem nestas águas. Penso que a era do dinheiro fácil vindo da Europa está a acabar e agora vamos ter que remar com os nossos braços e a nossa força. O ano que aí vem não será fácil porque o garrote financeiro está a estrangular a economia. Os recursos são cada vez mais escassos e caros, com o preço da energia à cabeça.

Viver dos rendimentos do trabalho é cada vez mais uma missão impossível. Se antigamente os salários eram actualizados agora são, quando muito, arredondados. A continuar por este caminho iremos assistir ao fim da chamada classe média. Nessa altura a estrutura da sociedade portuguesa terá apenas três modas no seu padrão de distribuição: os muito ricos, os pobres e os muito pobres. Este padrão não favorece o engrandecimento de uma sociedade, antes pelo contrário: destrói as elites culturais, fomenta a incultura, a banalidade e a boçalidade e promove a fuga da massa cinzenta para outras paragens. Para inverter esta lógica teremos que apostar muito mais na melhoria das condições sociais do país: investir muito mais e muito melhor na educação, na cultura e na saúde. Como se consegue isto? Será uma questão de prioridades. Será que necessitamos de duas auto-estradas paralelas entre Lisboa e Porto? Será que precisamos de apoiar tanto o futebol? Será que precisamos de um aeroporto colossal num tempo de decréscimo acentuado do número de viagens de avião?

Nos próximos 10 anos nada será como antigamente. O crescimento rápido das gigantescas economias da Ásia e do Pacífico vai esmagar a disponibilidade mundial de recursos energéticos e materiais que existia na última década do século XX. Sendo estes mais escassos o seu preço aumentará muito, como é óbvio. Aqui a reciclagem e a alteração de hábitos de consumo terá um papel importantíssimo. Aliás, a reciclagem será o processo chave para evitar o colapso das economias. Num plano ideal de desenvolvimento tudo o que deitamos fora deveria ser reconduzido na produção de novos materiais e não acumulado numa lixeira. Deveríamos ser tão eficientes como é, por exemplo, um ecossistema de uma floresta equatorial que apesar de exuberante vive dos seus escassos recursos. Será possível um dia substituir a indústria de produção em massa de bens consumo por uma outra dita de reciclagem? Oxalá que sim, porque o planeta Terra está a ficar cansado deste desgaste provocado pela espécie humana que actua como que uma enorme colónia de vírus que tudo ataca e consome até ao último pedacinho de recurso.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Os textos de Miguel Somsen

Este jornalista tem sentido de humor muito apurado. A crónica de hoje publicada no jornal Metro é simplesmente esplêndida!

Texto de Miguel Somsen, publicado no jornal Metro de 25 de Julho de 2008:

Espaço

É conhecida a dificuldade que os recém-nascidos têm em gerir a abundância de espaço do mundo real proporcionada pela imensidão do seu berço, depois de nove meses circunscritos a um T0 arrendado ao ventre da mãe. Por isso, sugerem os pediatras, os bebés devem dormir aconchegados a “paredes psicológicas”, sejam elas rolos de cobertores ou pequenas almofadas que possam edificar as primeiras fronteiras do seu espaço vital (recorrendo à memória “in utero”). Com os adultos mal crescidos como eu, é o contrário: eu preciso de muito espaço. Espaço para cima, com tecto trabalhado, espaço para a frente, com vista de rio, e espaço para os lados, para espreguiçar sem acotovelar (se empurrar para debaixo do comboio, paciência). As minhas “paredes psicológicas” serão mais do género Mosteiro dos Jerónimos que sanitários dos Armazéns do Chiado. No Verão, quero uma praia só para mim, nem que tenha de afugentar a vizinhança!

Estou oficialmente de férias, numa casita com espaço e acesso rápido ao mar, em Cacela Velha, no Algarve (escusam de enviar paparazzi, estarei irreconhecível, sem óculos escuros). É o primeiro Verão que passo com a minha filha de nove meses incompletos, a primeira areia nos seus pés, o cobertor molhado das marés, a película de sal nas pálpebras e a poesia pimba de um pai à procura de paz, sossego e espaço. A menina não pede muito, mas os adultos precisam do espaço possível e imaginável. Ora, enquanto o imaginável não passar da nossa imaginação, vamo-nos contentando com o possível — o Algarve. O Algarve está dividido em Sotavento (Faro-Vila Real Sto António), Barlavento (Faro-Lagos) e Sagres (o chamado Só Vento). Estive duas vezes em Sagres e adorei, mas o vento é traiçoeiro: um homem vai dar um mergulho e quando regressa à toalha descobre que a praia já não existe.

Há seis anos, encontrei uma praia só para mim em Cacela Velha. Hoje, o areal tem cerca de vinte pessoas, uma brutalidade. É preciso eliminá-los já. Por isso, antes de levar a família, aventurei-me sozinho. É sabido que, mesmo numa praia semi-deserta, um homem sozinho de óculos escuros causa sempre algum embaraço. “Ele traz um livro, será gay?”. Se eu tivesse levado uns binóculos, seria “voyeur” ou apenas ornitólogo? As pessoas não fazem perguntas, agem com base no estereótipo em voga. E o estereótipo em voga é que um indivíduo suspeito causa má fama ao turismo local. É um risco que corro, talvez amanhã o meu opróbrio tenha servido para esvaziar a praia. Isso ou está garantida uma diária nos calabouços de Vila Real de Sto. António. Tudo bem, desde que não tenha de partilhar espaço com ninguém.

Por ele vamos até ao fim do mundo

oil extraction

Segundo notícia de hoje no jornal Público:

Nos gelos do Árctico esconde-se 13 por cento do petróleo ainda não descoberto

por Clara Barata

A maior parte dos recursos situa-se na plataforma continental, e cientistas concentraram-se em reservas que se poderiam explorar com a tecnologia actualmente disponível

Debaixo dos gelos do Árctico há petróleo suficiente para satisfazer a procura mundial durante três anos. E a boa (ou má, consoante as perspectivas) notícia é que a maior parte das reservas de petróleo e de gás natural estão em zonas perto da costa dos países do Círculo Polar Árctico, e não perto do Pólo Norte, em regiões de propriedade definida, onde não deve haver disputas territoriais.
Quem o diz são os Serviços Geológicos dos Estados Unidos, que acabam de divulgar os resultados da muito esperada avaliação das reservas de hidrocarbonetos ainda não exploradas no Árctico. "A plataforma continental do Alasca é o local onde se deve procurar hoje petróleo", disse Donald Gautier.
Vamos aos números: o Árctico pode ter 90 milhões de barris de petróleo ainda não descobertos, e mais de 46 biliões (milhões de milhões) de metros cúbicos de gás natural. Isto representa 13 por cento do total das reservas petrolíferas ainda não descobertas, e 30 por cento das de gás natural, diz a U.S. Geological Survey. Na avaliação foram apenas incluídos "recursos que se julga poderem ser explorados utilizando a tecnologia hoje disponível".
Mas não foram incluídos cálculos sobre os custos que teria explorar petróleo e gás natural nestas zonas. Isso será o objectivo de um próximo estudo, disse Don Gautier, citado pelo jornal canadiano Globe and Mail.
Rússia rica
É nos sete milhões de quilómetros quadrados de zonas marítimas com menos de 500 metros de profundidade, nas plataformas continentais, que se concentram os hidrocarbonetos. Há três áreas que se destacam: dois terços do gás natural não descoberto situar-se-á em duas regiões russa (a Bacia Siberiana Ocidental e a Bacia Oriental do Mar de Barents, parte desta também sob administração norueguesa) e a zona costeira do Alasca (EUA).
Os geólogos, no entanto, tentaram evitar a questão de saber a quem pertenceriam estes recursos. "Pensámos nisto do ponto de vista geológico, e não político", disse Gautier, citado pelo Globe and Mail.
Em princípio, nas regiões identificadas no estudo não haverá grandes disputas territoriais - só lá para o meio do oceano Árctico, mais perto do Pólo Norte propriamente dito, é que as nações do topo do mundo podem disputar o direito a explorar o fundo do mar. O cenário de uma louca corrida ao petróleo e ao gás natural por parte das nações do Árctico (Estados Unidos, Canadá, Rússia, Noruega, Dinamarca), imitando a corrida ao ouro na Califórnia, pode estar mais afastado do que se temia.
Mas o facto de boa parte dos recursos estarem em zonas cuja titularidade é reconhecida pode bem querer dizer que a sua exploração é susceptível de se acelerar muito. Na verdade, já há muitas empresas petrolíferas que se estão a colocar no Árctico, preparando-se para aproveitar o degelo, que tem sido cada vez maior durante o Verão, devido ao aquecimento global.
A Shell, por exemplo, já investiu 2000 milhões de dólares na compra de direitos de perfuração no mar de Chukchi, no Alasca, noticiou o The Wall Street Journal. A BP, por seu lado, pagou 1200 milhões de dólares ao Canadá pelo direito de explorar em três lotes no mar de Beaufort.
E se a tendência de escalada dos preços do petróleo continuar, será cada vez maior o incentivo para o procurar em zonas antes menos atractivas porque implicam grandes gastos.
O impacte ambiental da intensificação da exploração de petróleo e gás natural no Árctico, no entanto, pode ser brutal. Não só para as espécies locais, como o urso polar - mas também para os próprios seres humanos, e não apenas para os povos inuit, que vivem no Círculo Polar Árctico.
Os pólos da Terra são uma espécie de ar condicionado do planeta - entre outros efeitos, a capacidade reflectora do gelo funciona como uma t-shirt branca no Verão que nos ajuda a manter mais frescos. Acelerar o derretimento dos gelos pode ter consequências graves e inesperadas.


Será que vale a pena sacrificar uma das poucas regiões do mundo ainda pouco perturbadas pela actividade humana só para obter mais uns milhões de barris de petróleo?
Esta exploração de petróleo apenas irá atrasar um ou dois anos o efeito inevitável do "oil peak".
Temos é que aprender a viver com menos energia para evitar o colapso da nossa civilização. Não há outra solução.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

sábado, 12 de julho de 2008

Vaga de calor

Agora com o novo site do Instituto de Meteorologia já é possível saber as previsões do tempo com grande qualidade.
O Anticiclone dos Açores está forte e bem posicionado este Verão. Por isso as nortadas têm sido persistentes e fortes. Agora a crista deste centro de altas pressões vai intensificar-se nos próximos dias, "puxando" o ar seco e quente vindo do Norte de África. Vamos suar um pouco mais nos próximos dias.

sinóptica 14 julho 2008
Carta de superfície para o dia 14 de Julho de 2008

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Os carros eléctricos

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O nosso Primeiro Ministro anda a anunciar os veículos eléctricos como uma das respostas ao choque petrolífero (Jornal Público):

Memorando entre Governo e Renault- Nissan
Sócrates: automóveis eléctricos irão pagar apenas 30 por cento do imposto automóvel

09.07.2008 - 12h20
Por Lusa, PÚBLICO
Reuters (arquivo)
EDP, Galp, Efacec, Martifer, Sonae, Jerónimo Martins e instituições financeiras são alguns dos parceiros dos carros eléctricos do futuro
O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje que o Governo está a estudar um modelo fiscal para permitir que os futuros carros eléctricos, sem emissões poluentes, possam pagar 30 por cento do actual imposto automóvel.

O anúncio de Sócrates foi feito na cerimónia de assinatura de um memorando entre o Governo e a Renault-Nissan para a comercialização em Portugal de um veículo eléctrico a partir de 2011.

"Se um carro eléctrico já existisse actualmente, apenas pagaria 30 por cento do imposto automóvel, já que este imposto tem em 70 por cento uma componente ambiental. O Governo está disponível para criar um quadro fiscal ainda mais atraente", disse.

Além de vantagens ao nível do preço, o chefe do Governo declarou que caberá ao executivo criar uma rede de infra-estruturas que permita ao consumidor abastecer sem dificuldade o seu carro eléctrico.

"Penso que em pouco tempo seremos capazes de criar essas infra-estruturas para carregar ou substituir a bateria do carro eléctrico", disse. Há várias empresas portugueses que já terão sido contactadas e que podem contribuir para acelerar a introdução de veículos eléctricos em Portugal. Desde logo, a eléctrica EDP, a petrolífera Galp, que possui centenas de postos de abastecimento de combustíveis espalhados pelo país, a empresa de equipamentos eléctricos e electrónicos Efacec, a Martifer, instituições financeiras e redes de supermercados da Sonae e Jerónimo Martins.

O primeiro-ministro demonstrou o desejo de Portugal ser o "laboratório dos futuros carros eléctricos" e de receber tanto o investimento da Renault-Nissan como de outros construtores automóveis.

O protocolo assinado com o grupo franco-japonês prevê que o Governo "proporcione as condições para que o consumidor de um veículo eléctrico não tenha qualquer desvantagem em preços ou mobilidade.

Em relação à aposta nestes veículos sem emissões poluentes, o primeiro-ministro sublinhou que "Portugal está na linha da frente desta aventura com a Dinamarca e Israel", ponto em que aproveitou para deixar uma crítica à União Europeia. "Espero que, no futuro, possamos estar acompanhados pela Europa. Lamento que a Europa ainda não tenha apostado mais neste domínio e não esteja a ser mais ambiciosa, por que não podemos continuar passivos por muito mais tempo", declarou.

De acordo com o memorando de entendimento agora assinado, o Governo português vai estudar conjuntamente com a Renault-Nissan a forma de criar condições adequadas para os veículos eléctricos serem uma oferta atractiva para os consumidores portugueses.

Caberá também ao executivo contribuir para o desenvolvimento das infra-estruturas e organizações necessárias para criar uma ampla rede de estações de carga para os veículos eléctricos, a nível nacional, assim como identificar os canais mais eficazes de comunicação e educação para sensibilizar para a importância destes modelos, que permitem reduzir as emissões.

As negociações entre o Governo e a Renault-Nissan arrancaram em Maio e com este protocolo o objectivo será promover a mobilidade com zero emissões no país.



Vamos ver o que isto dá. Oxalá dê certo mas de uma forma ambientalmente correcta em que se possam reciclar devidamente as baterias usadas nestes automóveis. A energia eléctrica também deve ser "limpa". Como temos tanto sol não será possível carregar as baterias destes futuros automóveis através da energia solar? Se assim for os lugares para estacionar mais procurados passarão a ser os que estiverem ao sol. Uma mudança radical de hábitos! O que irá ser bom é a diminuição da poluição atmosférica das cidades. Se a isto se juntarem boas políticas de desenvolvimento dos transportes públicos eléctricos então as nossas cidades caminharão no bom sentido: menos poluídas, menos engarrafadas e, consequentemente, muito mais saudáveis.

terça-feira, 8 de julho de 2008

G8

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Notícia do jornal Público

Solicitada reavaliação de moedas emergentes
G8 pede aumento rápido da produção de petróleo
08.07.2008 - 08h54 Lusa, PÚBLICO
Os dirigentes do G8 pediram hoje aos países produtores de petróleo para aumentarem “a curto prazo” as capacidades de produção e refinação, de modo a travarem a escalada dos preços nos mercados mundiais.

“Estamos muito preocupados com os aumentos do preço do petróleo, que criou riscos para a economia mundial. São necessários esforços concertados para resolver as causas subjacentes para benefício de todos”, afirmam num comunicado os chefes de Estado e de governo dos países mais industrializados do mundo, reunidos em Toyako, no Japão, desde segunda-feira.


Depois de vários dias instalados em hotéis de luxo, muito provavelmente a ingerirem pesadas refeições compostas por produtos alimentares exóticos e de primeira categoria, os senhores do G8 pedem um aumento da produção de petróleo. Está correcto, pois se boa parte da humanidade seguisse o seu exemplo, ficando hospedado em hotéis de luxo e comendo grandes refeições, nem 200 milhões barris de petróleo produzidos por dia chegariam para satisfazer as necessidades (actualmente produzem-se cerca de 85 milhões).
O grande problema é que o petróleo não se produz à semelhança dos automóveis. Não existem “fábricas de petróleo” e portanto, o aumento da disponibilidade deste hidrocarboneto no mercado não se faz com uma simples ordem de abrir mais a “torneira da fábrica”. Este recurso é extraído do subsolo e o volume que se obtém está dependente de uma enorme quantidade de variáveis. Outro problema é o facto do petróleo ser um recurso finito e tendo por base o conhecimento do volume já extraído, da velocidade de extracção actual, e da natureza geológica do nosso planeta, é bem provável que o limite de extracção diária deste recurso esteja muito próximo do seu máximo. Em poucas palavras, o pico de extracção (ou “peak oil”) está prestes a ser atingido. Esta é uma tese sustentada por inúmeros especialistas, embora o debate acerca do momento em que este pico possa ocorrer seja ainda alvo de algumas incertezas temporais.
Os senhores do G8 sabem que para manter um padrão de vida ao estilo ocidental rico só é possível graças à disponibilidade de grandes quantidades de petróleo (e de outros recursos materiais). A energia contida neste recurso é formidável! Qualquer ser humano com um rendimento médio de um alemão ou de um luxemburguês, comodamente instalado num hotel em Basileia, consegue tomar um pequeno-almoço recheado com caviar russo e ir jantar lagosta suada, no mesmo dia, num restaurante de luxo em Auckland, na Nova Zelândia!
Isto tudo graças a quê? Aos aviões supersónicos muito desenvolvidos tecnologicamente mas movidos a querosene que é um derivado do petróleo!
Não há milagres! É bom que a humanidade se convença disso. Uma vez atingido o pico de extracção o petróleo começará a rarear nos mercados e o seu preço subirá exponencialmente, porque a lei da oferta e da procura é inultrapassável.
Só há uma solução: diminuir o consumo. A diminuição do consumo passa por muitas medidas, como por exemplo a reciclagem de produtos derivados do petróleo (são tantos!), ou a implementação de meios de transporte colectivos movidos a energia eléctrica (não produzida a partir da queima de hidrocarbonetos). As cidades têm que se organizar para evitar a presença constante de engarrafamentos diários que consomem elevadíssimas quantidades de combustíveis fósseis. As nossas cidades estão a anos-luz de serem sustentáveis. Estamos à espera de quê?

domingo, 6 de julho de 2008

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Pirenéus

Este é um dos locais da Terra que gostaria de voltar a visitar. Estas montanhas são imponentes, majestosas e constituem um dos últimos refúgios da natureza da bacia mediterrânica em seu estado (quase) puro. Os percursos de montanha feitos a pé são muito recomendáveis para todas as idades e estados de espírito. Aqui pode aprender-se o valor de uma árvore ou de um simples arbusto. Também se podem contemplar as formas de relevo moldadas pelos glaciares gigantes já desaparecidos.
Aqui pode respirar-se fundo, a plenos pulmões!


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terça-feira, 1 de julho de 2008

AIE (Agência Internacional da Energia)

Hoje no sítio do jornal Público:

China e Índia pressionam mercado energético
Petróleo: agência de energia revê procura em baixa e mantém instabilidade de preços
01.07.2008 - 15h12
Por Lusa

A Agência Internacional da Energia (AIE) reviu hoje em baixa as expectativas relativas à procura mundial de petróleo nos próximos cinco anos, mas avisou que tal não vai impedir que o mercado se mantenha sob tensão.

Na sua informação anual de previsões de médio prazo, a AIE prevê que o abrandamento da economia causará um menor crescimento do que esperado tanto para este ano como para o próximo, e que tal coincidirá com um leve aumento das capacidades de extracção de crude, que variará entre os 1,5 e os 2,5 milhões de barris diários até 2010.

No entanto, a AIE prevê uma nova diminuição deste volume a partir de 2010, que se situará em valores mínimos inferiores a um milhão de barris diários de crescimento em cada um dos anos seguintes, precisamente quando se espera uma nova aceleração do consumo.

Consequência do anterior, a margem excedentária de produção aumentará até o tecto de 4,2 milhões de barris diários em 2009 antes de baixar para níveis mínimos, por volta de um milhão de barris, se não forem postos em marcha projectos de exploração adicional.

A AIE sublinha que os preços elevados do petróleo se justificam pelas condições fundamentais do mercado e refuta o argumento de quem pretende explica-los por movimentos especulativos.

A especulação - argumentam os autores do estudo - pode pesar na cotação pontual do crude, mas não se pode manter durante um largo período de tempo sem a existência de "evidentes desequilíbrios", e a avaliação actual das reservas físicas prova que não tem havido uma acumulação de reservas com fins especulativos.

As causas da escalada dos preços estão na margem estreita que há entre a oferta e a procura, nas limitações das capacidades de refinação e num consumo particularmente forte de um número reduzido de derivados do petróleo, em particular dos destilados médios.

A AIE afirma ainda que a evolução dos preços tem em boa parte a ver com os resultados limitados dos produtores que não pertencem à Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) no aumento da oferta de crude, uma tendência que deverá manter-se nos cinco próximos anos.

Para o futuro, a AIE, que reúne os principais países consumidores de energia membros da OCDE, calcula que a procura mundial de crude aumentará a um ritmo médio de 1,6 por cento entre 2008 e 2013, o que significa que este último ano vai situar-se nos 94,14 milhões de barris por dia.

Cerca de 90 por cento deste aumento virá de três regiões - Ásia, Médio Oriente e América do Sul - e são a China e a Índia representam quase a metade. Por seu lado o consumo dos países desenvolvidos vai manter-se praticamente inalterado.

A divergência na evolução de uns e outros países acabará por traduzir-se no horizonte de 2015, num consumo total de crude nos países emergentes praticamente a par das "economias maduras".

Os autores do estudo sublinham que os biocombustíveis manterão um crescimento significativo e passarão do equivalente de 1,35 milhões de barris diários este ano para 1,95 milhões em 2013.


Esta frase As causas da escalada dos preços estão na margem estreita que há entre a oferta e a procura, nas limitações das capacidades de refinação e num consumo particularmente forte de um número reduzido de derivados do petróleo, em particular dos destilados médios diz tudo sobre a realidade do problema. O petróleo é um recurso finito, muito versátil, útil e raro na natureza. A extracção é cara e cada vez mais difícil. Quanto mais as economias crescem maior é a dependência em relação a ele. Milagres não há!
Só uma redução drástica no seu consumo poderá inverter a tendência suicida da economia mundial.